SÃO PAULO (Reuters) -A JBS reportou lucro líquido de 5,14 bilhões de reais para os três primeiros meses do ano, uma disparada de 151,4% ante o mesmo período de 2021, configurando o melhor primeiro trimestre da história da empresa, conforme balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou 10,08 bilhões de reais, avanço de 46,7% ante o intervalo de janeiro a março do ano passado.
Segundo a companhia, o forte desempenho operacional foi puxado pela unidade JBS Beef North America e a Pilgrim’s Pride. A margem Ebitda ajustada consolidada do período foi de 11,1%.
“O frango nos Estados Unidos cresceu muito. A volta do food service teve impacto importante na demanda (americana) por proteína”, disse à Reuters o CEO global da companhia, Gilberto Tomazoni.
Ele afirmou que as operações norte-americanas da empresa estão com firme demanda interna e externa, principalmente nos segmentos de aves e bovinos.
Por outro lado, as vendas de carne suína dos EUA para a China caíram, com o país agora ocupando o quinto lugar como principal fornecedor desse tipo de proteína para o país asiático.
“A China recompôs seu rebanho suíno, o que já era previsto. Eles foram bastante afetados por conta da peste suína africana e as importações estão voltando para os níveis normais”, disse o CEO.
No caso do Brasil, que também tem na China seu principal comprador de carne suína, Tomazoni afirmou que a companhia está buscando ofertar a proteína suína no mercado interno ou direcionar para outros mercados, como as Filipinas, além de tentar a abertura do México.
Tomazoni ainda ressaltou uma recuperação na oferta de gado da Austrália, que fez com que o Ebitda ajustado da JBS no país saltasse 398%, para 445,2 milhões de reais, com tendência positiva para o decorrer do ano.
BRASIL A unidade de carne bovina da JBS no Brasil conseguiu aumentar as vendas em 24,2% no último trimestre, apesar da queda de 5% no processamento de gado porque a China temporariamente suspendeu alguns exportadores brasileiros de carne bovina.
A alta no preço do gado doméstico pesou negativamente, assim como a queda no consumo local de carne bovina.
“Evidente que tem um cenário de aumento de custos dos grãos, por uma questão da guerra na Ucrânia, estoques de passagem baixos… E o que a Seara tem feito é trabalhar nas coisas que a gente controla, trabalhar internamente na aquisição de grãos, etc”, disse ele.
(Por Nayara Figueiredo; reportagem adicional de Ana Mano; edição de Roberto Samora)