UE ajusta plano de sanções a petróleo russo para conquistar Estados relutantes

6 de maio de 2022

Por Francesco Guarascio e Robin Emmott

BRUXELAS (Reuters) – A Comissão Europeia propôs mudanças em seu planejado embargo ao petróleo russo para dar a Hungria, Eslováquia e República Tcheca mais tempo para se preparar para a mudança em seus suprimentos de energia, disseram três fontes da UE nesta sexta-feira.

O executivo da UE estabeleceu o embargo esta semana como parte de seu pacote de sanções mais duro até agora contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia. Mas a Hungria e outros Estados membros disseram estar preocupados com o impacto em suas próprias economias.

A proposta ajustada –que os enviados da UE discutiram na manhã desta sexta-feira sem chegar a um acordo– daria aos três países ajuda para atualizar sua infraestrutura de petróleo, disseram as fontes.

Também haveria uma transição de três meses antes de proibir os serviços de transporte da UE de transportar petróleo russo, em vez de um mês –para resolver as preocupações levantadas por Grécia, Malta e Chipre sobre suas companhias de navegação, acrescentou uma das fontes.

Mais discussões são esperadas nesta sexta-feira e talvez no fim de semana, segundo as fontes, falando sob condição de anonimato.

Diplomatas disseram que as negociações são complexas, mas muitos expressaram confiança de que um compromisso entre todos os 27 governos da UE pode ser alcançado antes da próxima semana.

Segundo a proposta original, a maioria dos países da UE teria que parar de comprar petróleo russo seis meses após a adoção das medidas e suspender as importações de derivados de petróleo refinados da Rússia até o final do ano.

A Hungria e a Eslováquia receberam inicialmente prazo até o final de 2023 para se adaptar.

Sob as mudanças, a Hungria e a Eslováquia poderiam comprar petróleo russo até o final de 2024, e a República Tcheca continuaria até junho de 2024, se não obtiver petróleo por meio de um oleoduto do sul da Europa antes, disseram as fontes.