Cientista de Harvard cria bactéria que produz energia

31 de maio de 2016

Quando Daniel G. Nocera, professor de energia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou que estava trabalhando com uma bactéria para a produção de energia, no ano passado, a comunidade científica alertou que seria difícil atingir um nível de eficiência. Na época, o químico estava esperando 5% de eficiência no processo, o que é cinco vezes mais do que as plantas. Surpreendentemente, ele acaba de anunciar que a sua bactéria modificada converte a luz do Sol 10 vezes mais do que as plantas.

Nocera declarou que, no momento, estão produzindo outros tipos de álcool, como o isopropanol e isobutanol. E acrescentou: “Estes são álcoois que você pode queimar diretamente. Eles estão vindo do hidrogênio da água e respirando CO2. Isso é o que essa bactéria vem fazendo.”

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O químico já havia desenvolvido uma folha artificial quando estava no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos Estados Unidos, que chamou muita atenção do público 5 anos atrás pois mesmo que o silicone (um dos materiais da folha) seja colocado na água e exposto a luz do Sol, ele irá continuar a quebrar a água em hidrogênio e oxigênio. Porém, ela não “sobreviveu” para fazer história, e o próprio cientista declara que é porque o mundo ainda não está pronto para o combustível de hidrogênio.

Nos últimos 18 meses, Nocera, junto com biólogos da escola de medicina de Harvard, trabalharam na modificação da bactéria Ralston eutrophta. Segundo um professor do MIT, eles inseriram mais genes para converter o ATP (Adenosina Trifosfato) em álcool, causando a excreção das moléculas de energia pela bactéria.

Nocera espera que a sua bactéria seja um sucesso porque ela produz energia de forma mais eficiente que as plantas, que convertem a luz do Sol em biomassa com 1% de capacidade. Já a bactéria geneticamente modificada produz com 10,6%. Em breve, todos os detalhes da pesquisa serão publicados em artigo na revista “Science”.

O objetivo principal do cientista é focar na Índia, que tem em média 300 milhões de pessoas sem acesso à energia elétrica. Portanto, ele quer encontrar investidores para ajudá-lo a mostrar a tecnologia para os cientistas indianos.