O fenômeno permitiu a agência espacial norte-americana entender o que são as perigosas explosões solares. A descoberta foi feita por meio da missão Magnetospheric Multiscale, que lançou quatro naves na magnetosfera, uma bolha de plasma que controla o campo magnético da Terra.
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O plasma é geralmente permeado por campos magnéticos enfileirados. Quando um campo encontra outro cujas linhas magnéticas estejam orientadas em outra direção, eles se chocam, quebram e se reconectam, convertendo parte da energia magnética em calor e energia cinética. São esses choques que acontecem quando o plasma do Sol colide com a magnetosfera da Terra.
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Reconexão magnética
Explosões magnéticas podem gerar impactos na Terra. Podem desencadear, por exemplo, erupções solares e ejeções de massa coronal, grandes erupções de gás ionizado a alta temperatura. Estes eventos podem não só gerar auroras boreais espetaculares, como também tempestades geomagnéticas.
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“Com as nossas descobertas, podemos oferecer melhores previsões dos fenômenos solares”, disse James Burch, físico espacial no Instituto de Pesquisas Southwest, no Texas.
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As reconexões magnéticas podem também ajudar nos estudos com uso de reatores de fusão nuclear, que recriam o poder que o Sol e outras estrelas têm sob a Terra. Esses reatores usam campos magnéticos para confinar e aquecer o plasma até o ponto da fusão nuclear. “Se conseguirmos fazer isso, o problema da energia no mundo seria resolvido”, disse Burch.
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Os cientistas querem apontar exatamente em que momento acontece a reconexão, que, até agora, só haviam conseguido ver em laboratório. A missão da NASA foi a primeira dedicada a descobrir como funciona este fenômeno não somente na Terra, como também no Sol e em outras estrelas do universo.
“Estudamos a teoria e simulamos tudo em supercomputadores, mas até agora não sabíamos o que controlava a conversão de energia magnética em cinética”, disse Burch. “A missão transformou a magnetosfera em um laboratório gigante.”
A missão foi composta de quatro naves satélites movidas à energia solar, cada uma equipada com 11 instrumentos de precisão e 25 sensores, os mais rápidos já desenvolvidos pela NASA.
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A reconexão magnética é um fenômeno extremamente rápido que dispara prótons e elétrons. Pesquisas já haviam analisado a movimentação dos prótons durante a reconexão, mas agora a observação da NASA captura o movimento dos elétrons.
A frota espacial examinou o movimento em uma escala de minutos e observou que a velocidade dos elétrons é muito maior que a imaginada.
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Para que a reconexão ocorra, o plasma precisa ser desmagnetizado. A última etapa do evento acontece em uma pequena porção de espaço conhecida como a região de dissipação de elétrons. A frota passou exatamente através desta área.
O ponto-chave da reconexão, os pesquisadores descobriram, é um pico de eletricidade gerada por elétrons. A frota também percebeu que a região de dissipação de elétrons acelera rapidamente em direção às novas linhas do campo magnético abertas durante a reconexão.
“Esses dados abriram uma janela de possibilidades para o que acontece nos lugares em que a reconexão ocorre”, disse Burch.
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Ainda é um mistério, no entanto, como os campos elétricos são gerados durante a reconexão magnética. “Temos muitas teorias, mas precisamos que as espaçonaves retornem para coletar o máximo de dados possível.”