Estudo diz que remédio contra diabetes previne ataques cardíacos e derrames

15 de junho de 2016

Victoza (liraglutida 1,8) foi lançado no Brasil em 2011 (Divulgação)

Nesta última segunda-feira (14), pesquisadores revelaram que o Victoza (liraglutida 1,8), insulina para diabetes tipo 2, da gigante farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, previne infartos e derrames.

Essa é a segunda droga do tipo a ser comercializada depois de a Jardiance, uma pílula das empresas Eli Lilly e Boehringer Ingelheim, ter mostrado resultados positivos no último ano. Pesquisadores dizem que esses remédios podem mudar a maneira que os médicos tratam a diabetes.

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A Novo Nordisk e alguns estudiosos disseram, também, que a droga surgiu graças aos esforços da Administração de Comidas e Remédios (FDA) dos Estados Unidos em descobrir substâncias guardadas por empresas farmacêuticas. “As pessoas fazem descobertas e guardam durante anos, esperando lançá-las no mercado a preços absurdos”, conta o pesquisador John Buse, da Universidade da Carolina do Norte.

O estudo LEADER, apresentado no encontro anual da Associação Americana de Diabetes, a Novo Nordisk mostrou o resultado em 9.340 pacientes voluntários que receberam aleatoriamente ou o remédio ou placebos, pílulas de farinha, durante 3 anos. Dos que receberam a droga, 13% tiveram ataques cardíacos ou derrames. Dos que receberam a pílula de farinha, 14,9% tiveram algum desses problemas. Houve uma redução de 13% do risco.

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Os testes da nova droga aconteceram no meio de um escândalo na FDA: a acusação de que a pílula contra diabetes mais vendida no mercado, a Avadia, da GlaxoSmithKline, aumentava as chances de um ataque cardíaco. Testes foram feitos e devem ser divulgados em breve.

Ainda não há como ter certeza de um aumento na venda dos medicamentos após a divulgação do resultado do estudo LEADER. No último ano, a Jardiance, que custa US$ 4 mil por ano, vendeu apenas US$ 114 milhões, um número que deve atingir os US$ 2 bilhões até 2020. Já a Victoza teve vendas anuais de US$ 2,7 bilhões em 2015 e, segundo analistas, deve ter um aumento para US$ 3,9 bilhões até 2020. A Victoza pode custar US$ 6 mil ou mais por ano, nos Estados Unidos, dependendo do tratamento. No Brasil, o tratamento com Victoza custa, em média, 450 reais por mês – o que dá cerca de 5 mil reais por ano.