A coleção outono/inverno 2017, apresentada em um desfile durante o mês da moda de Milão, propiciou a Ragazzi um sentimento de “estar em casa”. “Eu organizei os dois primeiros desfiles em Paris, em vez de Milão. Por um lado, porque eu gosto da ideia de ser um forasteiro. Por outro, porque fazia mais sentido do ponto de vista comercial. A Semana de Moda de Paris atrai um tipo específico de consumidor, que poderia facilmente se identificar com os meus produtos. Eu descobri que, como o humor que a minha marca transmite está em falta em Milão, eu seria um intruso lá também. Não pode ser apenas Prada e Fendi quando você vem para cá”, afirma Ragazzi. “Eu quero atingir os consumidores mais novos. Aqueles que estão agora com 20 anos vão se manter leais à minha marca quando tiverem 30. A herança do cliente de uma marca ocorre geralmente aos 40 ou 50 anos, quando ele já tem sua opinião formada.” No que diz respeito aos jovens que mantêm a marca de Milão viva, a maioria é dos Estados Unidos e da região da Ásia-Pacífico.
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“Com o livro, eu quis que as pessoas reinterpretassem o universo dos skatistas. Eu acho que, inicialmente, a imagem deles [skatistas] era um pouco grunge, um pouco barata. Eu tentei elevá-la ao usar minha fotografia e estética, transformando tudo isso em arte. Meu relacionamento com Pharrell começou profissionalmente, mas se transformou em amizade. Quando eu perguntei se ele queria escrever o livro, não era porque ele é o Pharrell, mas sim porque é skatista. Ele tem sido um dos meus principais suportes e, em junho do ano passado, quando ele veio para Milão, nós fizemos uma pequena festa juntos.”
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Além de Pharrell, a nova onda de artistas do hip hop, muitas vezes, é flagrada usando roupas da Palm Angels, fato que a marca de street wear de luxo compartilha frequentemente na sua conta do Instagram. “Produtos usados por celebridades são importantes em termos de imagem, mas também no que diz respeito à criatividade. Minhas peças são, muitas vezes, desenhadas a partir de uma celebridade específica. Nos dias de hoje, infelizmente, contar uma história é mais importante do que entregar um produto bem feito. As pessoas querem fazer parte de alguma coisa. Não apenas sobre o produto, mas sobre o mundo que ele representa. Há muitos designers bons por aí, mas muitos não contam uma história naquilo que produzem como resultado final. Isso não funciona atualmente.”
O ano de 2017 já aparenta ser muito promissor para a marca, que recentemente lançou peças femininas na coleção outono/inverno 2017. O próximo passo é a abertura de sua primeira loja exclusiva, que será em Hong Kong. “No futuro eu gostaria de lançar um novo livro. Mas preciso achar tempo para me dedicar a isso. O outro me consumiu entre dois e três anos. Eu poderia fazer o próximo sobre a maconha.”