Como as empresas devem combater o assédio sexual

17 de abril de 2018

Em 2012, os jurados do tribunal federal norte-americano ouviram o relato de Ani Chopourian sobre o assédio sexual sofrido em um hospital de Sacramento, na Califórnia. Um dos médicos cumprimentava a assistente de cirurgia cardíaca todas as manhãs com uma afirmação nada sutil (“Estou excitado”) e batia em seu traseiro. Outro a chamou de “menina estúpida” e disse que ela realizou uma das cirurgias “como uma garota”. Diante dos fatos, os jurados concederam a Ani US$ 168 milhões no que foi considerado o maior julgamento de uma única vítima de assédio no trabalho na história dos Estados Unidos.

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Anos depois do julgamento histórico, milhares de mulheres compartilharam relatos de violência por meio da hashtag #MeToo, que ganhou as redes sociais depois que o produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, foi acusado de abuso em outubro de 2017, o que deixa claro que o assédio sexual no ambiente de trabalho continua sendo um problema.

“O caso de Weinstein quebrou uma barreira”, diz Colleen Ammerman, diretora da Iniciativa de Gênero da Harvard Business School, que apoia pesquisas para acelerar o avanço da liderança feminina em ambientes corporativos. “É desanimador perceber quantas mulheres tiveram suas carreiras e vidas afetadas. Mas quando pensamos novamente em Anita Hill [professora, advogada e ativista que denunciou, em 1991, o candidato à Corte Suprema dos Estados Unidos, Clarence Thomas, de tê-la assediado sexualmente na década de 1980], 20 anos atrás, há uma diferença no quanto o reconhecimento do assédio é difundido. A conversa realmente voltou-se para o fato de que é um problema sistêmico. Algo que não enxergávamos antes.”

A recente onda de relatos noticiados está, sem dúvida, causando arrepios nos executivos, já que muitos se dão conta de que suas próprias organizações não estão fazendo o suficiente para impedir tal comportamento, que pode levar não só ao desconforto no ambiente profissional, mas também a ações judiciais e danos à reputação da empresa.

Mas de que forma as organizações podem contribuir?

Colleen, junto com três integrantes do corpo docente da Harvard Business School (HBS), forneceu alguns conselhos práticos aos executivos para evitar o assédio sexual no trabalho. “Este é um verdadeiro momento de aprendizado e as empresas devem estar a postos para agir”, diz.

Veja na galeria abaixo como as empresas podem contribuir para evitar o assédio sexual no ambiente de trabalho e qual postura devem adotar diante de uma queixa.