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Todos eles escolheram se apresentar em um local muito incomum no interior britânico, chamado Eden Project, onde gigantescas estufas de US$ 160 milhões abrigam uma infinidade de espécies de plantas. “Eden já foi um terreno baldio de lixo industrial na parte de mineração de argila do condado de Cornwall”, diz o CEO do Eden Project, Gordon Seabright, sobre o local de 88 hectares, agora coberto por flores silvestres. “Se colocarmos tanta energia em cuidar do nosso maravilhoso planeta quanto algumas pessoas se preocupam em enviar carros para outro planeta, teríamos uma chance muito melhor de resolver alguns dos nossos maiores problemas.”
Cerca de 40 mil pessoas visitam as chamadas Eden Session todos os verões. Gary Barlow, integrante da banda Take That, Massive Attack, ganhador do prêmio Brit Awards, e os Young Fathers, vencedores do Mercury Prize, já visitaram o palco do local em 2018.
Esses artistas foram as atrações principais da primeira das oito sessões de shows realizados em junho e julho, todos no anfiteatro ao ar livre do Eden, um marco deixado pela indústria da mineração. Atrás do palco, o público tem uma visão das cúpulas de 18 metros de altura que, magicamente, pulsam à luz da música.
Mas talvez a melhor parte seja o fato de que os ingressos para o espetáculo custam £ 40 (US$ 53), e, além do show, incluem um passe diário de excursão pelo local.
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“Uma das minhas lembranças favoritas é quando o Motorhead fez seu último show do Reino Unido aqui”, lembra Seabright. “No dia seguinte, o local estava absolutamente cheio de roqueiros vestidos de couro, cheirando as flores, aprendendo sobre as colheitas que precisamos para nos alimentar e o valor da floresta tropical – exatamente o tipo de aprendizado leve que é tão importante para o futuro do nosso planeta”, explica ele.
Regeneração do planeta e estímulo da economia local
Muitos visitantes chegam para passear pelos biomas do Eden, atravessar uma passarela sobre um dossel de 50 metros de floresta tropical e aprender que plantas resilientes podem sobreviver a longos e secos verões. Mas muitas pessoas também vão até lá para ver as cúpulas, que parecem de ficção científica. Projetadas pelos arquitetos Grimshaw – e exibidas no ano passado nos selos do Royal Mail da Grã-Bretanha -, essas estruturas impressionantes são sustentadas por 5 mil pinos de rocha em bases de argila e são mais leves do que o próprio ar dentro delas.
Desde a sua inauguração em 2001 – graças ao financiamento de US$ 160 milhões da National Lottery, da própria União Europeia e de Cornwall -, a instituição atraiu mais de 20 milhões de visitantes. Ela gera um excedente de recursos todos os anos (que é reinvestido) e acumulou US$ 32 milhões em receita entre março de 2017 e março de 2018, mais do que os US$ 30 milhões do mesmo período anterior.
Ao todo, o projeto de biodiversidade deu nova vida à Cornwall, injetando cerca de US$ 2,3 bilhões na economia local desde a abertura, diz Seabright, e, atualmente, cerca de 2,1 mil empregos dependem disso.
O futuro em jogo
Em um nível mais amplo, o futuro não é totalmente otimista para esse lindo canto da Inglaterra. Seabright analisa como o financiamento da UE tem sido “profundamente importante” para Cornwall e quão difícil será quando o auxílio for cortado devido ao Brexit. Mas, pelo menos, o Eden se trata principalmente “da união de pessoas”, acrescenta o CEO com um olhar positivo. “Nossa missão nunca foi tão importante quanto em um momento em que há um sentimento global de distanciamento.”
É esse lema que hoje possibilita que o Eden Project trabalhe com parceiros globais em todo o mundo para abrir novos “Edens” na China, Austrália e Nova Zelândia. Projetos não anunciados também estão sendo finalizados no Oriente Médio e nos EUA, onde talvez Seabright tenha a chance de contar a Elon Musk como ele realmente se sente.
Poderia a missão do Eden ser mais importante do que a de Elon Musk? Você sempre pode ver Björk e Jack Johnson em suas gigantes cúpulas para descobrir.