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A mentalidade é responsável por manter o brilho, a frieza, o equilíbrio e a força. As habilidades e os talentos das estrelas do esporte sempre são desperdiçados e arruinados se a sua atitude mental for fraca. Essa percepção da relação entre “estrelato” e mentalidade foi claramente vista durante a Copa do Mundo na Rússia em 2018.
A questão é: esse fracasso não pode ter sido causado pelo evidente brilho de Neymar? O jogador é considerado brilhante por grande parte das pessoas mas, se não está jogando por si mesmo, por seu próprio status, ele parece não ter sucesso.
A disposição de Neymar em ser o centro das atenções, na verdade, enfraqueceu o desempenho coletivo do Brasil. O ágil jogador, veloz e ativo, mostrou-se uma pessoa esquentada apoiada por uma equipe talentosa. Quando a pressão estava alta e os jogos eram difíceis, a falta de cabeça fria – substituída por socos na bola ou decisões egoístas para mostrar seu talento em vez de passes calculados – era uma evidência de sua falta de força mental e altruísmo como jogador.
A carretilha de Neymar contra a Costa Rica foi um grande sucesso em um jogo no qual ele foi um grande desperdício. Porém, foi uma ação egoísta, em que ele jogou para ele mesmo e transmitiu imaturidade e uma mentalidade fraca. Todos esses atos foram suplantadas pelo tempo que o jogador ficou rolando na grama, em uma demonstração clara de atuação, e que somou 13 minutos e 50 segundos entre quatro partidas – um desserviço à sua nação, seu preço, seus fãs e ao futebol.
Mas, com todo o seu talento, Neymar vale, realmente, € 222 milhões? Não. Mas não porque o futebol europeu está em uma espiral inflacionária. Neymar não possui o equilíbrio mental e a benevolência que alguém com seu talento e idade deveria ter para combinar com seu status de “a próxima grande aposta”. Ele é inconsistente em seu brilhantismo, mas consistente em sua inconsistência.
Ao contrário de Neymar, o francês Kylian Mbappe teve uma performance cintilante. Mas, de maneira semelhante ao jogador brasileiro, durante a frenética vitória da França sobre o Uruguai no último dia 16, Mbappe entrou em confronto com Cristian Rodriguez de forma desnecessária e incitou os sul-americanos com um passe na lateral da área. Esse momento lembrou a carretilha de Neymar contra a Costa Rica no início do mundial.
Mbappe também é percebido como brilhante e tem uma etiqueta de preço para indicar que, aos 19 anos, ele vale € 150 milhões e é cheio de potencial. No entanto, ele parece estar copiando as escolhas de jogo de Neymar, tendo presenciado a bajulação que este recebe com sua queda pelos dribles e seu gosto pelo espetacular. Tais ações são perdoáveis no Parc des Princes do Paris-Saint Germain, onde os fãs fiéis apreciam essas demonstrações de ousadia, mas fazem parte de um estilo ruim para a aposta que ele é.
Uma observação final seria a percepção do brilhantismo de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi na Copa do Mundo. Ronaldo parece ter correspondido a essa ideia, ao contrário de Messi. Essa percepção ocorreu, novamente, devido à mentalidade: Ronaldo carregou uma seleção fraca, mas outrora tenaz, enquanto Messi desmoronou com uma Argentina forte.
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Como tudo no mundo, equipes passam por ciclos. A Holanda está em baixa, assim como a Itália. Portugal entra no mesmo ciclo agora – mas nós deveríamos mudar seu nome para “Ronaldogal”, porque, sem ele, a seleção teria sido massacrada pela Espanha e não teria progredido para as eliminatórias. Sem a habilidade de Cristiano Ronaldo em manter uma mentalidade forte frente a adversários árduos, tudo teria sido diferente. O jogador foi o talismã de um time medíocre e não abaixou a cabeça. Ficou frio sob pressão e se apresentou. Parecia estar liderando e mantendo sua força mental.
Habilidades de liderança e força interior são coisas que vêm da mente e é isso que diferencia os dois. É por isso que a percepção ocorreu: porque, mais uma vez, Messi abaixou a cabeça quando as partidas se transformaram em lutas prolongadas.
Messi fez a mesma coisa depois da surpreendente derrota para o Chile na Copa América de 2015, decidindo se aposentar logo depois, o que mostrou uma falta de coragem mental. O jogador argentino pode ser um atleta maravilhoso de se ver em campo, com mais gols para o clube e o país do que Cristiano Ronaldo – na proporção de 0,80 por jogo contra 0,71 de CR7 – e ser o mais jovem dos dois, mas é mentalmente inconsistente e pode se sufocar.
O estrelato e o brilho conquistados pelo talento bruto não significam nada se você não tiver uma boa mentalidade. Apesar de todo o brilho de Neymar, sua mentalidade realmente enfraquece seu status de futuro melhor do mundo. O mesmo vale para Mbappe: ele pode ter talento, mas, se não amadurecer ou desenvolver humildade, se tornará outra estrela do futebol tóxica.
E, ao mesmo tempo em que muitos percebem Messi como um talento fora do normal, o jogador tem uma brecha proeminente em sua armadura: ser incapaz de perseverar em momentos desafiadores. Talvez Cristiano Ronaldo (€ 112 milhões), apesar de todos os seus talentos invejáveis e defeitos, devesse ser reconhecido por possuir tanto dons físicos quanto aptidão mental. E, enquanto os demais são considerados estrelas brilhantes, o componente mental de seu estrelato ainda está sendo negligenciado.