Lições dos países que estão perto da igualdade de gênero

8 de novembro de 2018

Finlândia e Suécia Classificação Global do Relatório de Diferenças de Gênero: 3 e 5, respectivamente A Política: jornadas flexíveis Algumas pesquisas mostram que profissionais com jornadas flexíveis estão mais satisfeitos com seus empregos, conquistam mais e são mais dispostos do que aqueles que têm rotinas fixas. A Finlândia e a Suécia são líderes mundiais em programas de trabalho alternativos, com 92% das empresas finlandesas oferecendo jornadas flexíveis e 86% das suecas. Apenas cerca de 30% dos empregadores nos Estados Unidos oferecem essa condição, de acordo com o Bureau of Labor Statistics. Trabalhadores finlandeses estão empatados com canadenses na questão que aborda dias de trabalho mais curtos: de seis horas e 45 minutos, em média. O resultado: horários flexíveis podem deixar os funcionários mais felizes. Os finlandeses avaliam sua satisfação com a vida em 7,5, enquanto no caso dos suecos essa nota é de 7,3 - contra 6,9 da pontuação atribuída pelos norte-americanos. Além disso, as empresas - não apenas os funcionários - se beneficiam dessa rotina. “Elas podem ajudar reconhecendo a correlação entre flexibilidade e produtividade e, assim, implementando esse modelo em sua estrutura e cultura”, diz Laura McGee, CEO da Diversio, que usa inteligência artificial para ajudar as empresas a superar os desafios da diversidade. "Esta não é uma questão de 'mulheres'. A flexibilidade é tão importante para os homens quanto para nós. E é especialmente importante para a geração do milênio, o que pode fazer da empresa que adotá-la um empregador altamente atraente para talentos.”

Temos necessidades diferentes em cada uma das fases das nossas vidas. E, se quisermos atrair e reter mulheres no meio corporativo, devemos nos ajustar a elas. Essa é uma estratégia fundamental para se aproximar da igualdade no local de trabalho, uma vez que as mulheres continuam a arcar com a maior parte das responsabilidades de cuidadoras.

LEIA TAMBÉM: BB lança fundo em prol da igualdade de gênero

Sabemos que a igualdade de gênero não é apenas uma questão social – é um imperativo comercial. Há muitas pesquisas provando que equipes diversificadas são mais lucrativas e inovadoras, que organizações que abordam questões específicas das mulheres têm maior nível de satisfação dos funcionários em geral e menos rotatividade de pessoas e que as empresas que inspiram as mulheres são mais eficientes em diversas dimensões.

Em uma iniciativa para ajudar homens e mulheres a obter melhores resultados no local de trabalho, os países nórdicos (Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia) vêm reescrevendo as regras ao adotar políticas mais favoráveis à família, como assistência infantil subsidiada, pagamento da licença parental para mães e pais, horários flexíveis, home office e jornadas alternativas.

E de que forma tudo isso compensou no que diz respeito a fazer da igualdade de gênero uma realidade? Esses países encabeçam, frequentemente, o ranking dos 144 países do Relatório Global sobre Intervalo de Gênero do Fórum Econômico Mundial. A Islândia, a Noruega, a Finlândia e a Suécia normalmente estão no Top 5 da lista, com algumas das mais altas taxas de participação de mulheres na força de trabalho do mundo. A economia também se beneficiou: ter mais mulheres empregadas impulsionou o PIB per capita em 10% a 20% nos últimos 40 a 50 anos, segundo um relatório da OCDE.

Embora os países nórdicos tenham, cada um, uma combinação de políticas favoráveis à família, que resulta no sucesso do nivelamento do campo de atuação das mulheres no trabalho, segue, na galeria de fotos abaixo, políticas específicas de cada um deles:

Islândia Classificação Global do Relatório de Gênero: 1 A Política: multas para empresas com diferenças salariais entre homens e mulheres A Islândia tornou-se o primeiro país do mundo a tornar a desigualdade salarial entre homens e mulheres ilegal, com uma lei que exige que empresas com 25 ou mais empregados provem que pagam homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho de maneira igualitária. O resultado: em geral, a mulher norte-americana média ganha cerca de US$ 0,80 por cada US$ 1 que o homem médio ganha - no caso das mulheres negras, esse abismo é ainda maior. Esta é uma diferença salarial de cerca de 20%. Na Islândia, a diferença salarial entre homens e mulheres foi de apenas 5,7% em 2017, e poderá diminuir ainda mais este ano com a nova lei. more
Noruega Classificação Global do Relatório de Diferenças de Gênero: 2 A Política: licença parental obrigatória paga Quanto mais homens usufruírem da licença paternidade, mais preconceitos serão eliminados. Boa parte dos países do mundo ainda não adotou a licença parental obrigatória. Na Noruega, esse benefício é dividido em três partes: licença maternidade, licença paternidade e licença partilhada, sendo que as duas primeiras determinam um período obrigatório de 15 semanas. O período total do benefício para os pais biológicos é de 49 semanas com pagamento de 100% do salário ou 59 semanas com pagamento de 80%. No caso de pais adotivos, cai para 46 e 56 semanas, respectivamente. As primeiras seis semanas após o nascimento são reservadas para a mãe e o restante do período deve ser compartilhado livremente entre os pais. As mulheres têm os mesmos direitos que os homens. O resultado: “A sociedade está toda preparada para que você possa trabalhar e ter uma vida familiar”, diz Nathalie Eyde Warembourg, presidente do Ipsos em Oslo, capital norueguesa. “Quase 70% das mulheres trabalham. Para se manter ativo profissionalmente e ter filhos, o governo da Noruega tem incrementado constantemente os benefícios a que os empregados têm direito. Com o tempo, a licença se tornou mais igualitária entre os gêneros. Estamos falando agora de um benefício parental pago com o nascimento ou adoção de uma criança para ambos os pais. Há um claro incentivo para que os pais tirem suas licenças.”more
Finlândia e Suécia Classificação Global do Relatório de Diferenças de Gênero: 3 e 5, respectivamente A Política: jornadas flexíveis Algumas pesquisas mostram que profissionais com jornadas flexíveis estão mais satisfeitos com seus empregos, conquistam mais e são mais dispostos do que aqueles que têm rotinas fixas. A Finlândia e a Suécia são líderes mundiais em programas de trabalho alternativos, com 92% das empresas finlandesas oferecendo jornadas flexíveis e 86% das suecas. Apenas cerca de 30% dos empregadores nos Estados Unidos oferecem essa condição, de acordo com o Bureau of Labor Statistics. Trabalhadores finlandeses estão empatados com canadenses na questão que aborda dias de trabalho mais curtos: de seis horas e 45 minutos, em média. O resultado: horários flexíveis podem deixar os funcionários mais felizes. Os finlandeses avaliam sua satisfação com a vida em 7,5, enquanto no caso dos suecos essa nota é de 7,3 - contra 6,9 da pontuação atribuída pelos norte-americanos. Além disso, as empresas - não apenas os funcionários - se beneficiam dessa rotina. “Elas podem ajudar reconhecendo a correlação entre flexibilidade e produtividade e, assim, implementando esse modelo em sua estrutura e cultura”, diz Laura McGee, CEO da Diversio, que usa inteligência artificial para ajudar as empresas a superar os desafios da diversidade. "Esta não é uma questão de 'mulheres'. A flexibilidade é tão importante para os homens quanto para nós. E é especialmente importante para a geração do milênio, o que pode fazer da empresa que adotá-la um empregador altamente atraente para talentos.”more
Dinamarca Classificação Global do Relatório de Diferenças de Gênero: 13 A Política: assistência à infância subsidiada e parcialmente subsidiada Nos EUA, a assistência à infância custa mais do que as mensalidades da faculdade em 28 estados, sendo a média nacional de cerca de US$ 9.300 por ano. Compare isso com a Dinamarca, onde a assistência infantil é garantida e o estado paga cerca de 75% de seus custos. Se a renda do trabalhador estiver abaixo de um determinado nível, o subsídio é de 100%. O resultado: Na Dinamarca, mais de 78% das mulheres com idades entre 25 e 54 anos fazem parte da força de trabalho, em comparação com apenas cerca de 69% nos EUA. more