Descubra o que é a educação executiva 4.0

9 de março de 2019
Getty Images

Os MBAs no topo da lista dos melhores do mundo incluíram disciplinas capazes de dar conta da transformação digital

Um MBA pode ser essencial para equipar um gestor com expertise em áreas como finanças, gestão de negócios e estratégia, mas não é mais suficiente para as empresas impactadas pela transformação digital que exigem competências da era da disrupção, como o empreendedorismo.

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Os MBAs no topo da lista dos melhores do mundo, como a americana Kellogg School of Management (da Northwestern University), a francesa Insead e a inglesa London Business School, sabem disso e se apressaram a reformular seus currículos para incluir disciplinas capazes de dar conta da transformação digital.

No Brasil, o processo está mais lento. Só agora o OneMBA, da Fundação Getulio Vargas (SP), está considerando embutir aspectos inovadores em seu currículo, com novas propostas de disciplinas para o ano que vem. “Escolas de negócios, principalmente as americanas, estão na frente e, inclusive, aplicam a transformação nelas mesmas, com realidade virtual e outras tecnologias. Estamos atrasados”, diz Jorge Carneiro, coordenador acadêmico do OneMBA.

Mia Stark, CEO da israelense Gazit, dona dos shoppings Eldorado, Top Center e outros, fez seu MBA executivo na Kellogg School. Ela enxerga a forte necessidade de as escolas de negócios se adaptarem aos novos tempos. “Não é o caso de mudar o MBA, mas de transformá-lo e adaptá-lo de acordo com a realidade que vivemos hoje. Da mesma forma que ajustamos e focamos em manter a atração dos shopping centers num mundo onde o e-commerce é uma realidade, o mesmo precisa acontecer na educação”, aponta a executiva.

"Eu não diria que o MBA morreu, mas os modelos de educação executiva estão se transformando" - Federico Grosso, diretor da Adobe para a América Latina

A transformação em MBAs deve ocorrer não apenas em relação ao conteúdo, mas também no processo de aprendizado, segundo Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil. “As escolas precisam incorporar o que há de mais atual no mercado. Exemplos podem vir da Índia e da China, onde a agenda digital e de inovação está acelerada”, afirma.

Conforme a demanda

Enquanto a educação executiva se adapta à revolução digital, cursos mais breves ganham força, como os programas de empreendedorismo e inovação da Singularity University e da sueca Hyper Island.

Para não perderem o páreo, as escolas de negócios mais tradicionais também estão se adaptando às novas demandas. Mesmo tendo feito um MBA, Palmaka, da SAP, recentemente cursou o The Leadership Consortium, um piloto da Universidade de Harvard do qual participaram empresas como Google e Walmart. O curso é remoto, com aulas dadas por meio de um quadro digital e interação em tempo real, como em uma sala de aula.

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Assim como ocorre em qualquer outra organização, Federico Grosso, diretor da Adobe para a América Latina, destaca que a educação executiva também é um negócio regido pela lei da oferta e da demanda – e a transformação digital é um dos principais pilares para as empresas do setor. “Escolas de negócios estão bem empenhadas em acompanhar tendências e se beneficiam do contato com executivos que possuem experiências práticas em transformação digital. Elas precisam fazer isso, pois também enfrentam o desafio de mudar e de se adaptar, ou então morrer.”

Reportagem publicada na edição 63, lançada em novembro de 2018

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