Conheça a Stripe, fintech de pagamentos avaliada em US$ 35 bilhões

26 de setembro de 2019
Getty Images

Startup foi lançada em 2010 por dois jovens irmãos irlandeses

Resumo:

  • A startup Stripe foi criada em 2010 pelos irmãos John e Patrick Collison após eles terem tido problemas com plataformas de pagamento;
  • A valoração da empresa aumentou depois de um financiamento de US$ 250 milhões nesta semana;
  • O serviço da fintech atraiu desenvolvedores e superou empresas renomadas no setor, como o PayPal e a Authorize.

Nesta semana, a fintech de pagamentos Stripe levantou US$ 250 milhões, aumentando sua avaliação para cerca de US$ 35 bilhões. O número é 50% maior desde a rodada de financiamento anterior, no começo do ano.

LEIA MAIS: Startup que checa antecedentes de motoristas de aplicativo vale US$ 2,2 bi

“Toda startup fintech quer criar um produto que os clientes adoram”, afirma Matt Burton, sócio da QED Investors. “A Stripe agora fez isso em várias categorias e não mostra sinais de desaceleração. Além disso, eles estão vencendo a guerra de recrutamento, escolhendo os melhores talentos possíveis. Impressionante.”

Em 2010, dois empresários irlandeses de vinte e poucos anos, os irmãos John e Patrick Collison lançaram a Stripe. O principal motivo foram as frustrações com os sistemas de pagamento online.

John e Patrick se juntaram à aceleradora Y Combinator para incubar o negócio e, então, receberam US$ 2 milhões em financiamento de Peter Thiel, Sequoia Capital e Andreessen Horowitz, em 2011.

“A Stripe criou originalmente uma abordagem incrivelmente simples e inovadora para pagamentos online”, diz Eytan Bensoussan, cofundador e CEO da NorthOne. “Algumas linhas de código, e os desenvolvedores podiam integrar o processamento de pagamentos em um site ou aplicativo. Diferente de outros serviços financeiros, cujas integrações podiam levar meses ou anos. Isso ajudou a empresa, com enorme credibilidade e lealdade dos usuários. A partir desse ponto, a fintech construiu um valor exponencial, não apenas protegendo sua oferta principal, mas também expandindo metodicamente em novas áreas com o mesmo nível de simplicidade. A chave foi que cada nova área, seja gerenciamento de assinaturas, faturamento ou empréstimo, foi adjacente ao seu principal produto, o que criou mais pontos de entrada para novos clientes e mais oportunidades de venda cruzada para as existentes”.

Embora ter um serviço de destaque seja crucial para o sucesso, outros fatores explicam o sucesso da Stripe, como seguir um modelo de distribuição baseado nas necessidades dos clientes.

“A Stripe deu certo porque não vendia para empresas”, conta Dmytro Okunyev, fundador da Chanty. “Ele foi vendido para desenvolvedores. Ou seja, a empresa ofereceu uma alternativa muito mais fácil de implementar ao PayPal e ao Authorize, levando os desenvolvedores a adotar a novidade.”

VEJA TAMBÉM: Pagamento instantâneo no Brasil será desenvolvido e administrado pelo BC

Então, sim, a Stripe criou uma comunidade próspera de desenvolvedores, com diversos sucessos. “A coisa mais inteligente que a Stripe fez, além de direcionar o espaço da tecnologia de pagamento, foi se tornar um produto para desenvolvedores”, disse Sayid Shabeer, que é o diretor de produtos da HighRadius. “Eles usaram o mecanismo de crescimento boca a boca dos desenvolvedores para criar uma comunidade que era auto-sustentável”.

A estratégia da fintech também mudou os modelos tradicionais do setor de pagamentos. “A empresa foi sábia em oferecer preços transparentes desde o início”, disse Ian Wright, fundador da Merchant Machine. “Isso não deve ser confundido com melhor preço, já que a Stripe não é a solução mais barata do mercado. No entanto, o setor estava e, até certo ponto, ainda está preso em uma mentalidade de preços opaca. Isso faz com que ela se destaque. O cliente sabe exatamente quanto vai custar, o que para a maioria das startups é melhor do que tentar negociar com uma empresa de pagamentos convencional”.

De certa forma, a Stripe executou quase que perfeitamente uma estratégia disruptiva agressiva. “O setor de pagamentos estava pronto para uma ruptura quando a empresa entrou em cena”, disse David Blumberg, fundador da Blumberg Capital. “A fintech mostrou desde o início seus benefícios e diferenciais na categoria, falando sobre sua facilidade de uso, uma grande preocupação para muitas pequenas empresas em vários setores”.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Tenha também a Forbes no Google Notícias.