- A indústria automotiva tem grande impacto ambiental, mas iniciativas sustentável usando biotecnologia podem mudar o cenário;
- Uma empresa desenvolveu tecnologia que pode produzir assentos à prova d’água e que não mancham a partir de fungos;
- Veja cinco ideias que podem afetar o setor.
Imagine ter um carro movido a emissões de carbono — um dos principais focos das mudanças climáticas, com assentos produzidos com couro à base de fungos, e tecidos e tapetes que não mancham feitos a partir de algas.
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Essas ideias não são tão estranhas e nem estão em um futuro distante. Veja, a seguir, cinco empresas que estão transformando o setor automotivo por meio da biologia sintética:
1. LanzaTech
O objetivo da empresa é converter as emissões de carbono em combustíveis e produtos químicos, como uma forma de “reciclagem de poluição”. Isso é possível graças a micróbios. O cofundador da LanzaTech e CSO, Sean Simpson, identificou um micro-organismo, isolado do intestino de um coelho, capaz de viver com emissões de gases e produzir etanol.
A empresa isola o micróbio, envia para um tanque de fermentação, onde ele se alimenta do gás e é transformado em álcool. A substância pode ser usada em tintas, produtos de cuidados pessoais ou combustíveis. Em agosto, a LanzaTech anunciou uma parceria com a Danish Novo Holdings, que investiu US$ 72 milhões para desenvolver ainda mais a plataforma sustentável de combustíveis e produtos químicos.
2. Ecovative Design
Os fungos parecem ditar a nova moda e também estão no interior de nossos carros. Os materiais da Ecovative são alternativas sustentáveis para plásticos, têxteis e couro, impulsionadores da poluição global. O processo de cultivo implica em pouco desperdício (ele cresce rápido e usa energia limitada). Além disso, a Ecovative lançou recentemente uma nova empresa chamada Atlast Food Company, com o objetivo de criar novos produtos alimentícios, alavancando o uso de micélio.
3. Checkerspot
Como seria construir uma casa só de Lego. Existem infinitas possibilidades. Que estilo deveria ser? Qual a cor? Dimensões e tamanho? Imagine então pode criar o próprio bloco de Lego.
A Checkerspot está permitindo o design de novos materiais a nível molecular. Existem centenas de ácidos graxos na natureza, mas apenas 14 deles são usados para fins industriais, já que seu uso “não se encaixa no ‘complexo industrial’ devido à escala e preço das mercadorias”. Mas a empresa está mudando isso, usando química e microalgas projetadas para criar materiais com novas propriedades físicas, começando com os óleos.
4. Spiber
Fio de teia de aranha da grossura de um lápis pode ser a base de um Jumbo Jet Boeing 747 de 380 toneladas totalmente carregado. Mais forte que a fibra de carbono, 40 vezes mais resistente, a seda de aranha é um material com possibilidades ilimitadas.
Com ela, seria capaz montar um chassi mais seguro e forte, sem comprometer o peso. Em parceria com a North Face Japão, a Spiber criou a Moon Park, uma jaqueta feita à base de teia de aranha sintética.
No início de 2019, em uma colaboração com a Bridgestone e utilizando materiais Brewed Protein, a empresa de sintéticos desenvolveu uma espuma composta de poliuretano para assentos de carro. A ideia é fazer um material mais fino e leve, mantendo as propriedades de conforto necessárias.
Com o novo material da Spiber, os carros podem se tornar mais leves, o que significa menos emissões de CO2 e melhor milhagem de gás. Outro inovador no negócio da seda de aranha é a alemã AMSilk.
As duas empresas estão entre as poucas que conseguiram desenvolver bioengenharia a partir da aranha. No ano passado, a alemã assinou um acordo com a Airbus para criar novos materiais usando seda para construir um avião leve e de alto desempenho.
5. Lygos
O ácido malônico é um produto químico com aplicações em revestimentos de automóveis, polímeros biodegradáveis, adesivos cirúrgicos, aditivos alimentares e de medicamentos. O mercado global do produto está avaliado em US$ 42 milhões e deve crescer. No entanto, sua produção tem um grande impacto ambiental: requer produtos químicos tóxicos à base de cianeto de sódio e petróleo, que apresentam riscos significativos à saúde e ao meio ambiente.
A empresa otimizou sua cepas para serem ainda mais eficientes na conversão de açúcares em ácido malônico. Uma das áreas de maior possível impacto é, segundo Steen, é a indústria automotiva. Se você possui um carro, a tinta nele provavelmente foi feita em um forno próprio e aquecido a cerca de 252º C. Mas uma variante do ácido malônico, o malonato, poderia revolucionar a indústria, tornando possível a pintura em baixa temperatura.
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