“É surpreendente que uma instituição séria, com mais de 90 anos de história, tenha colocado no ar um comercial de tão mau gosto, agredindo instituições do mercado financeiro e mais de 10 mil profissionais capacitados”, continuou o executivo, durante uma coletiva de imprensa online realizada na tarde de hoje (25). “Isso é típico de quem não tem nenhuma proposta de valor ou diferencial para explorar. O que resta? Atacar os competidores.”
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E continua citando outros dados públicos. Segundo Leal, o banco quase centenário tem 200 mil investidores, que aplicam seu dinheiro em fundos de renda fixa extremamente conservadores, que cobram de 1,5% a 1,75% de taxa de administração ao ano.
“Se eles acham que as corretoras e agentes independentes têm conflitos internos, por que não resolvem seus próprios conflitos antes de atacar os outros?”, pergunta, citando, ainda, fundos monoações do banco que cobram até 3% ao ano contra concorrentes que não taxam essas operações. “O Itaú tem mais de R$ 21 bilhões em fundos de previdência, que cobram mais de 1,5% ao ano, e fundos de renda fixa LFT, que chegam a 3,5% ao ano. Será que eles não deveriam refletir melhor sobre seus próprios conflitos antes de atacar os supostos conflitos de mercado? Não há mais espaço para hipocrisia. Mais do que falar, é preciso fazer.”
Leal afirma que, no momento dos investimentos, os clientes de qualquer agente autônomo vinculado à XP ficam cientes das comissões aplicadas, uma ação de transparência adotada antes mesmo da obrigatoriedade da CVM. “Alguns dos fundos sequer pagam comissão. Em vez de colocar o cliente em primeiro lugar, o banco resolveu atacar quem age dessa forma.”
A crítica de Leal não poupou nem o papel do Itaú para o crescimento do país. “Um mercado de capitais forte e acessível é capaz de contribuir para o desenvolvimento do Brasil como nação, o que permite às empresas se capitalizarem. E é justamente esse cenário que o Itaú não quer. Ele prefere o país de antigamente, com altas taxas de juros, baixa competição e decidindo para quem vai seu dinheiro.”
Leal disse que o comercial do Itaú foi direcionado para a XP e que o tom provocativo nesse mercado sempre existiu [a XP, inclusive, contratou Luciano Huck, em 2018, como garoto-propaganda depois que o contrato do apresentador com o Itaú expirou]. “O que nos chamou a atenção foi a maneira de fazer isso. A competição traz benefícios para todo mundo. O problema é atacar os outros sem ter resolvido internamente seus próprios conflitos. Gostaria de ver a transparência nas metas dos gerentes.”
O executivo acusou o banco, ainda, de se beneficiar da falta de conhecimento do brasileiro nesse setor para praticar suas taxas. “Na XP, a educação sempre foi ferramenta primordial. Para nós, essa é mais uma bandeira capaz de reduzir qualquer possível conflito. Queremos que todos os nossos investidores saibam o que estão fazendo.”
O executivo reiterou que a corretora vai continuar investindo em comunicação, educação financeira e transparência. “Vamos transformar o mercado brasileiro para melhorar a vida das pessoas. Esse é o nosso propósito. E não vamos descansar enquanto existirem investidores comprando produtos dos bancos.”
Para finalizar, Leal disse que tem convicção de que colocar o cliente em primeiro lugar é a única forma de garantir a sustentabilidade da empresa no longo prazo. “Não vamos esperar um dia sequer para mudar algo que não esteja correto. Sabemos que temos várias oportunidades de melhorar ainda mais o negócio, e não vamos esperar um, cinco ou 90 anos para fazer isso.”
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