As ações da Snowflake abriram a US$ 245 ontem, mais do que o dobro do preço de lista da empresa com sede na Califórnia, de US$ 120. Depois de várias horas de atraso, enquanto os banqueiros buscavam um preço pelo qual a empresa teria vendedores suficientes para abrir, as negociações foram paralisadas brevemente a US$ 276, logo após a abertura. A partir das 14h no horário de Brasília, os ativos estavam sendo negociadas a US$ 258,42, dando à Snowflake uma capitalização de mercado de quase US$ 71 bilhões.
LEIA MAIS: Para CEO da bilionária Confluent, futuro do open source é compra, não criação
A Snowflake registrou uma receita de US$ 264,7 milhões no ano fiscal encerrado em 31 de janeiro, e US$ 242 milhões nos seis meses encerrados em 31 de julho, aumento de 174% e 133%, respectivamente. “É uma empresa altamente revisada e examinada”, disse o CEO Slootman à Forbes ontem em uma entrevista. “O único problema foi que ninguém queria vender porque eram de ‘alta convicção’.”
Como CEO e presidente do conselho, Slootman pode ganhar muito no IPO, embora a maior parte de sua participação na Snowflake inclua opções não adquiridas, conforme detalhado no prospecto S-1. Chamado a deixar uma aposentadoria gasta em regatas de veleiros de elite, Slootman havia anteriormente aberto o capital de duas empresas, a Data Domain e a ServiceNow.
Excluindo as opções não adquiridas, Slootman detém cerca de 5,3 milhões de ações da Snowflake, uma participação no valor de US$ 1,4 bilhão avaliada após a abertura de ontem. Isso se soma aos estimados US$ 394 milhões em vendas de ações com taxas que Slootman acumulou durante sua passagem de seis anos como CEO e presidente da ServiceNow. Com o desempenho do primeiro dia da Snowflake, Slootman agora tem um patrimônio líquido de US$ 1,8 bilhão, com muito mais por vir caso ele permaneça por tempo suficiente para suas opções restantes serem adquiridas.
Questionado sobre seu status de bilionário, Slootman disse que o título “significa muito pouco”, já que sua decisão de ingressar na Snowflake não foi motivada pelo dinheiro. O CEO insiste que não “fica contando dinheiro” ou se compara a outros líderes de tecnologia, mas gosta de construir a empresa acima de tudo. “Eu percorri a costa dos Estados Unidos, literalmente com US$ 100 no bolso, e não estou exagerando quando digo isso”, diz.
O maior vencedor individual do IPO da Snowflake é o cofundador Dageville, que permanece na empresa como diretor de tecnologia. Excluindo as opções não adquiridas, a participação de 3,5% de Dageville significa que ele detém oito milhões de ações da empresa, uma participação de US$ 2 bilhões a um preço de ação de US$ 258. Questionado sobre os fundadores da Snowflake, Slootman os chamou de “pessoas muito, muito humildes”, o que tornou seu ingresso tardio na empresa tranquilo. “Eles te apoiam bastante. Dageville, Cruanes, Zukowski podem não estar tão famintos quanto antes, mas estão super motivados porque acham que esse é a nova história da Snowflake, e estão tão motivados quanto eu. Eles constróem, eu vendo”, disse Slootman.
Enquanto Muglia teve de abrir caminho para a chegada de Slootman como CEO em 2019, o ex-CEO da Snowflake, que ajudou a abrir seu capital e levantar suas primeiras rodadas de financiamento de capital de risco ao longo de quase cinco anos no negócio, também alcançou o status de bilionário pelas suas ações da Snowflake. Muglia agora possui uma participação de 1,7% na empresa após entrar em um acordo com a Berkshire Hathaway de Warren Buffett para vender metade de sua posição a US$ 120 por ação no IPO. Muglia fez uma estimativa de US$ 340 milhões com taxas com a venda ontem, embora as ações que ele vendeu já tenham mais do que dobrado de valor desde então. Somada à sua participação restante avaliada em US$ 1 bilhão a um preço de ação de US$ 258, o patrimônio líquido de Muglia é de US$ 1,4 bilhão.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.