Mas o CEO da GitLab diz que o problema não é o trabalho remoto, mas como ele é praticado. A menos que você esteja atuando para uma das poucas empresas que abraçaram totalmente a nova realidade de trabalho, Sijbrandij acha que, provavelmente, você está fazendo algo errado. Sua visão radical sobre o trabalho remoto é que ele só é eficaz se você apostar alto. Medidas parciais vão provocar uma cisão na força de trabalho ao longo do tempo. Como consequência, os funcionários remotos serão afastados do alto desempenho. “Veremos algumas empresas voltarem [para o escritório] e tentar tirar o melhor proveito disso, e acho que elas terão dificuldades”, diz ele.
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Sijbrandij também depende muito da documentação para permitir que os funcionários da GitLab trabalhem perfeitamente. Os funcionários atualizam documentos e fazem anotações ou compartilham informações de maneira assíncrona em canais do Slack e mensagens de vídeo. As decisões e planos são transferidos para o manual. “Cada vez que você tem que esperar por permissão ou aprovação para que outra pessoa faça algo, isso é um problema”, diz ele.
Ele construiu uma das startups mais valiosas do mundo, avaliada em US$ 2,8 bilhões em 2019, sem manter escritórios para nenhum de seus 1.300 funcionários. Isso ajuda a companhia – que fornece um conjunto de ferramentas de software que ajuda os desenvolvedores a criar, gerenciar e proteger seus aplicativos – a atuar em uma categoria de alta tecnologia que é ainda mais importante à medida que as empresas impulsionam as vendas e as interações com os clientes online.
Mesmo entre outras grandes empresas que adotaram o home office na pré-pandemia – notavelmente a Automattic, o nome por trás do WordPress – Sijbrandij se destaca. “Provavelmente não somos tão radicais quanto Sid é”, diz Dave McJannet, CEO da startup de infraestrutura em nuvem remota HashiCorp, avaliada em US$ 5 bilhões. Hoje, porém, o radicalismo de Sijbrandij está atraindo muitos seguidores. Os downloads do e-book gratuito da GitLab sobre trabalho remoto chegaram a 70.000 desde seu lançamento em março. Os funcionários estão demandando webinars frequentemente.
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Em 2012, Sijbrandij entrou em contato com os criadores da iniciativa, Dmitriy Zaporozhets e Valery Sizov, dizendo que iria construir um negócio em cima de seu projeto. Um ano depois, Zaporozhets ingressou como cofundador e CTO. Ele, agora, é um colega de engenharia. Sizov ingressou em 2014 e é desenvolvedor sênior. Sijbrandij começou a construir a GitLab (batizada em homenagem a Git, um sistema popular para rastrear alterações no código-fonte) para vender assinaturas de ferramentas de software que ajudam a gerenciar projetos baseados na tecnologia de código-fonte aberto. Sijbrandij, Zaporozhets, Sizov e seis outros empreendedores se reuniram temporariamente na Califórnia, no início de 2015, para participar da prestigiada aceleradora de startups Y Combinator – os únicos três meses em que passaram trabalhando no mesmo espaço.
A maior parte do time da GitLab voltou para a Europa depois. Sijbrandij, apaixonado pelo ecossistema de startups e com um olho na arrecadação de fundos, ficou para trás. Até hoje, a empresa já arrecadou US$ 476 milhões, a maioria desse valor ainda está em seu balanço. Ela vende um conjunto de 10 ferramentas de aplicativos diferentes, do desenvolvimento à segurança, por até US$ 99 por usuário por mês, gerando mais de US$ 75 milhões em receita no ano passado de mais de 15.000 clientes, incluindo Nvidia, Siemens e Goldman Sachs, que posteriormente investiram na companhia.
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“De 10% a 15% do nosso envolvimento com os parceiros se baseia em ajudá-los a ver como fazemos as coisas”, disse Michelle Woodward Hodges, vice-presidente de parcerias de canal da GitLab.
Mas nem tudo são rosas no trabalho remoto, especialmente agora. Sijbrandij é rápido em notar que tem sido difícil conviver com o fato de não poder viajar. Alguns pais de sua equipe enfrentam demandas extras de cuidados infantis. A GitLab procurou resolver isso, oferecendo feriados de sexta-feira, e encorajou staycations (atividades de lazer em família que não requerem viagens). “É importante que todos se lembrem que isso não é trabalho de qualquer lugar, é trabalhar de casa durante uma pandemia”, diz Sijbrandij. “Este não é um momento normal.”
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