No dia 9 de novembro de 2016, Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos. E essa conquista decepcionou muitas pessoas. Entretanto, há algumas lições que os profissionais de marketing precisam tirar desse acontecimento.
Primeiramente, é necessário observar que a candidata Hillary Clinton ganhou no voto popular. Com pouco menos de 120 milhões de votos em todo o país, Hillary teve 160 mil votos a mais do que Trump, ou seja, uma vitória de 1% de diferença. Então, é justo dizer que, de acordo com o número de votos, há uma vitória para a candidata democrata.
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O sistema de votação norte-americano, que é muito complexo até para os moradores do país, busca representação geográfica para que regiões com populações mais densas não controlem a eleição.
Na última segunda-feira (7), aparentemente, a campanha de marketing de Hillary se mostrava superior quando comparada à campanha de Trump. E dado ao alcance aos votos populares, a campanha da democrata pode realmente ter sido melhor. Entretanto, como o objetivo final não foi atingido, é válido revisar onde os analistas erraram e o que pode ser tirado como lição de todo esse processo.
Produto
Trump foi um candidato muito negativo. Ele não tinha nada positivo para falar sobre o presidente em exercício ou sobre a sua candidata concorrente. Mesmo que a campanha de Hillary dizia que queria elevar o debate enquanto a de Trump jogava baixo, quando, na verdade, a da Hillary continuou a nivelar por baixo.
No final, essa estratégia prejudicou ambos. Nenhum deles ofereceu grande apelo para os eleitores e obtiveram resultados negativos. Nessa competição, Clinton perdeu a oportunidade de se apresentar como uma candidata mais favorável.
Portanto, primeiramente, faça seu produto ser vantajoso. Torne-o em algo que as pessoas querem. Não diga coisas negativas sobre seu concorrente enquanto você não tem uma posição favorável.
Em segundo lugar, se a disputa é muito grande, não vá com calma, enfrente a situação com firmeza. Em uma competição com grandes concorrentes, você precisa estar à altura. O concorrente mais forte, duro e mais difícil de abalar vai ser o ganhador.
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Preço
A candidata Hillary falhou em afirmar apenas o lado positivo das políticas econômicas passadas e o quanto elas favoreceram os norte-americanos. Apesar do aumento de empregos, diminuição do desemprego, diminuição recorde das demissões e o recorde dos valores de patrimônios, isso não foi suficiente para a população. A campanha falhou completamente em enaltecer previamente as políticas, em afirmar que Clinton ia continuar as políticas passadas, como se elas fossem positivas para todos os norte-americanos.
Portanto, é necessário fazer um planejamento econômico próprio para o seu produto. A entrega de uma proposta de valor vencedora é essencial para o sucesso. Esperar que os consumidores descubram o propósito do marketing por conta própria ou assumir que eles acreditam no valor da proposta não é algo que funciona para boas estratégias.
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Lugar
Este é onde ocorreu a maior queda de Clinton e onde Trump teve mais benefícios. Na segunda-feira (9) havia inúmeros indicadores afirmando que a campanha de Hillary teria resultados muito melhores em relação ao candidato republicano. Clinton ganhou o voto popular, entretanto, o erro da democrata foi depender demais de Estados com população densa.
Portanto, a lição tirada disso é que a distribuição é algo muito relevante. Isso pode ser um detalhe entediante, e é muito menos atrativo do que escrever uma cópia do anúncio ou se concentrar nas relações públicas, mas essa estratégia é realmente essencial.
Promoção
O dinheiro e boas mensagens ainda são muito importantes em boas estratégias de marketing. A campanha do Obama usou técnicas muito modernas, usufruindo da internet, das redes sociais, entre outros meios, para obter apoio. A campanha de Clinton não considerou esse meio, e sua implementação não foi tão efetiva como a de Obama, por exemplo. A campanha de Trump, entretanto, mostra que dinheiro realmente é efetivo. Grandes programas de propagandas fazem muita diferença.