7 habilidades corporativas que tutores de pets desenvolvem com mais facilidade
Maria Laura Saraiva
21 de julho de 2021
Yife iFang/GettyImages
Para especialistas em gestão, animais de estimação são inspirações valiosas para o aperfeiçoamento da chamadas soft skills
Os benefícios de ter um companheiro de quatro patas no escritório é algo que vem sendo discutido há algum tempo e reconhecido como um benefício por muitos profissionais. Entre eles está Cláudia Danienne, empresária e psicóloga especializada em gestão. Ao longo de um dia atarefado, a executiva encontra em Vlad, seu buldogue francês, inspiração. “Ter um pet é assumir responsabilidades, é ter compromisso, é valorizar o cuidado”, diz. E a explicação por trás do impacto no trabalho é simples: os animais de estimação podem ser considerados verdadeiros especialistas no desenvolvimento das soft skills.
“O animal estimula o desenvolvimento de diferentes características, com destaque para as emocionais, como habilidades que envolvem o cuidado, a observação aos detalhes, o planejamento e a afetividade”, destaca a especialista. Além disso, a tutela dos pets também é capaz de interferir em fatores mais técnicos, como é o caso da organização, da disciplina e do planejamento, diz ela. Uma pesquisa da Universidade Central de Michigan divulgada pela revista “The Economist” mostrou que a simples presença de um cachorro é capaz de aumentar em até 30% a união entre os funcionários de uma mesma empresa.
Outro ponto que chama a atenção é a melhoria na qualidade de vida. Essa foi uma das principais mudanças notadas pelo especialista em empregabilidade Rogério Bragherolli ao adotar Guria, uma boxer branca. “Ela definitivamente me transformou em uma pessoa mais humana”, diz. Graças à convivência com o cachorro, ele conta que passou a ter uma visão mais otimista dos fatos, habilidade muito útil para a resolução de problemas e a redução do estresse. “Além de servir como inspiração, os animais domésticos estimulam a inovação, incrementam os relacionamentos e interferem positivamente no humor da equipe”, afirma.
O Brasil já é o segundo país em quantidade de animais de estimação no mundo, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estima-se que esse número já esteja na casa dos 140 milhões, incluindo gatos, cachorros e aves. No que diz respeito ao mercado de trabalho, uma pesquisa da empresa de serviços para pets Dog Hero revelou que 90% das pessoas gostariam de trabalhar em um ambiente onde os animais fossem bem recebidos.
Esse é um dos fatores que faz com que o modelo de escritório pet friendly seja visto como uma forte tendência pelos especialistas. “Animais adestrados ou de fácil convivência inspiram, promovem mais afetividade, alegria, mudam o que parece rotineiro e só agregam ao espaço”, pontua Cláudia. Nesse sentido, Bragherolli diz que são necessárias algumas alterações para que cachorros, gatos e pássaros se sintam bem nesses locais. “As empresas que adotarem a causa terão que estabelecer uma política com os devidos critérios de segurança e respeito, como assegurar a higiene, definir o tamanho e as espécies que serão autorizadas, além de determinar locais de convivência e prever a inclusão de tapetes higiênicos e recipientes para alimentação e água.”
Enquanto os melhores amigos do homem ainda não batem ponto e usam crachá, seus tutores podem continuar desenvolvendo as habilidades corporativas em casa. “Ao aprender com os animais de estimação, as pessoas podem transpor a sensibilidade aguçada para as relações humanas, observando, intuindo, aprendendo e construindo habilidades ao lado da equipe”, finaliza a empresária.
A pedido da Forbes, os especialistas elaboraram as principais habilidades corporativas desenvolvidas por donos de pets. Veja, na galeria a seguir, quais são elas: