O processo começa com a criação de um perfil ou site. Em seguida, o usuário passa a alimentar diariamente aquela página com conteúdos relacionados à sua ocupação. Aos poucos, na velha e boa tática do “boca a boca”, novas pessoas passam a conhecer e desejar aquele serviço. “Ao compartilhar um pouco do seu trabalho nas redes sociais, esses profissionais ampliam suas possibilidades de contatos, reconhecimento, serendipidade [conceito relativo a descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso], clientela: tudo o que é importante para quem atua como profissional liberal”, explica Bruna Fioreti, especialista em marketing político e sócia da Método Bold, empresa de construção de marca pessoal, ao lado de Nilma Quariguasi.
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Assim, quem opta por não aparecer nas redes acaba perdendo a oportunidade de se tornar conhecido, admirado e até viral. Para Alessandra Garattoni, fundadora do Amo Branding, empresa especializada em posicionamento de marcas, ficar de fora do meio virtual ainda é uma escolha, mas as consequências devem ser consideradas. “O digital hoje age como um ‘encurtador de caminhos’. Você consegue mostrar mais o seu trabalho para um número muito maior de pessoas, passa a ser visto e pode até mesmo construir públicos (e necessidades) do zero. É possível, nos dias de hoje, construir um negócio sem as redes? Sim, claro que é. Mas com certeza você levará muito mais tempo para ter resultado”, explica.
Presença digital não é tendência, é realidade
Embora alguns ainda estejam dando os primeiros passos nesse sentido, as especialistas afirmam que a presença digital já deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade. Prova disso é que, em 2020, um terço das vendas e das transações financeiras na internet foram feitas por meio das redes sociais, segundo a plataforma de e-commerce Nuvemshop. “É praticamente um pré-requisito. Não por acaso, os profissionais e empresas que melhor se adaptaram aos tempos pós-covid foram aqueles que já estavam minimamente preparados para lidar com o ambiente online – desde os que tinham produtos digitais até os que usavam o Whatsapp para fazer vendas”, afirma Alessandra.
Outro ponto a ser explorado pelos profissionais liberais é a construção da reputação. Usar o espaço das mídias para se posicionar perante determinados temas e se comunicar com um público específico é uma das estratégias apontadas para crescer. “É um recurso rentável e com consequências positivas a curto, médio e longo prazos, se usado com ética”, comenta Bruna. Por outro lado, afastar-se da tecnologia pode tornar uma marca ou uma pessoa “invisível” para o mercado. “Quem quer ser visto como ultrapassado numa sociedade que supervaloriza o inovador?”, pergunta a especialista.
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Redes sociais não dão trabalho: elas são o trabalho
O primeiro passo para usar a ferramenta com sabedoria é incorporá-la à dinâmica do trabalho. A tarefa de publicar ou aparecer nos stories deve ser encarada como mais um dos compromissos do dia. “Um ponto realmente fundamental, especialmente quando se começa, é ter certa constância e consistência. Em um momento de construção de marca, não dá para postar uma vez por mês”, aponta Alessandra. A dica das consultoras é que o profissional vá anotando as ideias de conteúdo ao longo do dia. “Não espere ter inspiração. Separe referências em pastas e anote pequenos trechos da sua rotina para compartilhar – um cafezinho, chopinho no fim do dia, a ioga… Já é um bom começo”, pontua Bruna.
Aliás, mostrar o happy hour ou a prática de um hobby é mais do que recomendável. Isso porque as características pessoais ajudam a tornar o serviço mais humano e atraente para os consumidores. “Só mostrar feitos profissionais e frases de efeito não faz mais verão para ninguém. Estamos no momento de compartilhar posicionamentos bem pensados, alguns trechos de rotina, usar o storytelling e trabalhar emoções por meio de conteúdos”, completa ela.
Não há um manual ou livro de receita. O que o profissional autônomo pode e deve fazer para se destacar entre tantos outros é seguir a mesma regra do mercado tradicional e ter um diferencial. “Seja autêntico. Há público para todas as vozes e vozes para todos os públicos. O perfil do cabeleireiro mais showman, que faz reality show de seu dia a dia, vai ser o preferido de uns; o do profissional mais discreto, que aposta em dicas, será o ideal de outros. Há quem prefira consumir vídeos e, sim, ainda há quem prefira os textos. Acreditar que existe uma plateia que quer o seu tipo de conteúdo, que vai se identificar com o seu posicionamento, é mil vezes mais importante do que se encaixar em uma fórmula única”, finaliza Alessandra.
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