Jovens ou maduras, mulheres veem idade como obstáculo na carreira

21 de outubro de 2021

Pesquisa em 6 países mostrou que as profissionais com mais de 55 anos e aquelas com menos de 25 são as mais afetadas pelo preconceito

De acordo com a experiência das profissionais baby boomers  (de 1946 a 1964) à geração Z (de 1997 a 2012), a idade parece ser uma barreira constante para a carreira feminina, aponta um levantamento com 1000 profissionais atualmente empregadas em 6 países, incluindo Brasil, China, México, Reino Unido, Índia e Estados Unidos. O estudo foi feito pela rede de educação Pearson e aponta que, das entrevistadas, 65% sentem que a idade é um obstáculo na hora de se candidatar a uma nova vaga. O problema é visto como maior na faixa etária acima dos 55 anos (87%), mas também é sentido entre as mulheres com menos de 24 anos. Entre a geração X, nascidas entre 1965 e 1980, essa percepção é registrada por 80% das respondentes. Para as que têm entre 25 e 40 anos, as millennials, essa preocupação  aparece entre 55%. O estudo sugere que apenas uma faixa muito pequena de mulheres  vão para uma entrevista de emprego sem se preocupar se serão vistas como imaturas ou velhas demais para o cargo.  “Fatores como raça e idade são agravantes num processo seletivo e também para encarreiramento. Mesmo sabendo que o tema de diversidade e inclusão está em pauta , estamos longe de tornar as empresas de fato diversas e inclusivas”, Heloisa Avilez Guerato, diretora comercial da Pearson. A consultoria conduziu o estudo em parceria com a Morning Consult, empresa norte-americana de inteligência de dados.

A idade não é o único fator que pode influenciar o crescimento profissional –  na visão delas. Outros preconceitos aparecem na lista. Entre a geração X (1965-1980), 43% vê raça como outro ponto de atenção quando o assunto é carreira e trabalho. Como um todo, 40% das mulheres empregadas sentem esse mesmo problema. E, obviamente, gênero também está entre os obstáculos:  a média é de 52% entre todas as faixas etárias.

“Mesmo com o viés de gênero, as mulheres seguem buscando novas habilidades, principalmente as com foco em empreendedorismo e em liderança”, diz Guerato. Desenvolver a liderança, aliás, é uma das habilidades vistas como mais importantes para elas. Liderança (20%), gestão de tempo (18%), comunicação oral e escrita (18%) e trabalho em equipe (18%) são as principais características a serem desenvolvidas quando se trata do futuro da carreira. Para as brasileiras, empreendedorismo e liderança são as habilidades mais desejadas, o que conversa com o grande desejo local de ter o próprio negócio, segundo a pesquisa. Há ainda uma diferença entre gerações: enquanto as mais jovens, millennials e genZ, dão valor à capacidade de liderar, as mulheres das gerações anteriores valorizam colaboração e trabalho em equipe como grandes qualidades profissionais.

Foram ouvidas mulheres a partir dos 18 anos por meio de entrevistas online, entre agosto e setembro de 2021. Os resultados são representativos da população com acesso à internet em cada país.