Após um período de isolamento tão extenso, cada pessoa pode reagir de forma diferente às questões simples do dia a dia. Alguns podem, por exemplo, se sentir à vontade para almoçar com a equipe ou cumprimentar com apertos de mão. Por outro lado, é possível que outras pessoas encarem esses pontos de forma diferente, sentindo-se desconfortáveis com essas atividades. Essas diferenças de perspectivas abrem espaço para que situações e desconforto aconteçam, como o caso de um funcionário que não se sente seguro de ir almoçar com seu chefe em determinado lugar. Os códigos de conduta corporativa, que estabelecem os parâmetros de como a empresa espera que os funcionários se comportem, podem ser uma ferramenta para evitar situações do tipo. “Claro que a empresa não precisa chegar ao ponto de dizer qual é a forma que os colaboradores devem se cumprimentar. Mas, com base nos protocolos médicos, é possível que ela emita recomendações”, diz Müller.
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As recomendações do código de conduta podem ir desde priorizar cumprimentar com um toque de punhos, por exemplo, até marcar almoços em lugares abertos. O uso de redes sociais, como o WhatsApp, também deve ser englobada dentro desse código. Apesar de não existir uma regra fixa nesse aspecto, o ideal é que profissionais entrem em consenso quanto aos horários em que mensagens podem ser enviadas nessas plataformas, o quão rápido deve-se responder e qual tipo de conteúdo pode ser compartilhado em grupos corporativos.
De acordo com Loraine Müller, a elaboração de tal código deve ser um trabalho coletivo e multidisciplinar, envolvendo desde o setor de RH e governança até lideranças, o setor jurídico e especialistas em saúde. A especialista em comportamento ainda dá uma dica: aqueles que não se sentirem confortáveis com determinadas situações, podem ser sinceros com seus colegas de trabalho. “Você pode falar que não se sente seguro com tal atividade, ou até mesmo que possui um parente em um grupo de risco da Covid-19 e está tomando mais precauções”, diz.