Muitos hoje me conhecem pelo Piselli, mas minha história começou muito antes e não foi baseada no sucesso. Muito pelo contrário. Hoje digo que vivi um verdadeiro caso de empreendedorismo sem nem sequer saber o que era isso. Aliás, o que ocorreu foi uma verdadeira tragédia.
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Conforme a ervilha crescia, eu planejava o que fazer com os recursos que ganharia com a sua venda. Pensava em comprar um carro ou um cavalo! Até já sonhava com o meu primeiro Fusquinha. Mas meus planos não deram muito certo no início: as sementes eram de ervilha torta, e não em grão, e deveriam ter sido colhidas antes. O desastre só foi descoberto no Ceasa, com a venda já previamente acertada e as ervilhas embarcadas no caminhão.
Decepcionado, procurei um conhecido que já havia me dito que eu deveria vir para São Paulo e contei que me mudaria no final de semana seguinte. Arrumei meu primeiro emprego na zona norte de São Paulo, encarregado de todo tipo de ofício em um restaurante, incluindo as funções de chapeiro, atendente e garçom. Com o tempo, passei a trabalhar nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, onde aprendi o que fazia um maître, e fiz cursos de sommelier ao longo dos anos.
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Se eu tivesse o conhecimento que tenho hoje, talvez tivesse ido além de onde cheguei, porém, se não tivesse todo o fracasso, misturado com a ousadia e a vontade de dar certo que tinha há quase 30 anos, talvez não tivesse chegado aonde cheguei também. Tenho muito orgulho da minha história, passo-a aos meus filhos e a conto quantas vezes for preciso, em entrevistas ou em rodas de amigos. Muitas vezes, as coisas não acontecem como esperamos, mas é importante saber sacudir a poeira e encontrar uma nova saída.
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A dica nesta hora é: reinvente-se o mais rápido possível. Teimosia e persistência são duas palavras bem diferentes. Ouse, arrisque, mas planeje e veja se deve insistir ou não. Na vida, sempre precisamos escolher e, para isso, às vezes, é preciso abrir mão de uma, duas, três ou até mesmo muitas opções.
Juscelino Pereira é um colaborador de FORBES Brasil. Sua opinião é pessoal e não reflete a visão editorial de FORBES Brasil.