VEJA TAMBÉM: Mercado legal de maconha vai superar o ilegal até 2026
O estudo foi feito com um total de 127 participantes que sofriam de enxaquecas crônicas e cefaleia em salvas – doença rara, com dores muito fortes em apenas um dos lados da cabeça. A dor da enxaqueca normalmente afeta os dois lados e é, frequentemente, acompanhada de sensibilidade à luz e náuseas.
Na primeira fase do estudo, pacientes com enxaquecas crônicas e agudas receberam doses variadas da droga à base de THC e CBD. Os resultados mostraram que aqueles que receberam 200 mg diariamente por três meses sentiram 55% menos dor.
LEIA: Como a maconha pode ajudar a combater a epidemia de heroína nos Estados Unidos
A segunda fase incluiu tanto aqueles que sofriam de enxaqueca crônica quanto os que sofriam de cefaleia em salvas. Os primeiros receberam a droga de THC-CBD ou 25 mg de amitriptilina, remédio antidepressivo frequentemente utilizado para tratar enxaquecas. Os pacientes com cefaleia em salvas receberam THC-CBD ou 80 mg de verapamil, um bloqueador dos canais de cálcio frequentemente receitado para a doença.
O medicamento também mostrou-se eficiente na redução da severidade da dor em pacientes com cefaleia em salvas, mas somente nos casos em que eles possuíam histórico de problemas desde a infância.
E MAIS: Austrália legaliza cultivo de maconha medicinal
O perfil dos efeitos colaterais também foi melhor do que o dos medicamentos comuns. As pessoas que tomaram THC-CBD reportaram menos dores de estômago e musculares e menos incidentes de colite do que as que tomaram os medicamentos tradicionais. Contudo, reportaram certa sonolência e dificuldade de concentração.
Testes clínicos estão em andamento para determinar se essas drogas poderiam substituir opioides com função analgésica e, assim, diminuir a incidência do vício neste tipo de medicamento. Estas análises devem levar algum tempo, mas é encorajador que as pesquisas estejam indo continuamente na direção de descobrir o potencial terapêutico de componentes da maconha.
As descobertas do estudo foram anunciadas no 3º Congresso da Academia Europeia de Neurologia, realizado em Amsterdã, na Holanda.