Vamos atualizar as configurações para Maia, que tem uma agenda muito corrida como plantonista de telejornais e deve ter perdido essa parte da história: o “ex-presidente” está mais embaixo no prontuário de Lula; a patente atual é “ex-presidiário” – condenado a mais de 20 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Só está solto por uma
manobra esperta do Supremo Tribunal Federal, desfazendo sua própria decisão de apenas três anos antes para aliviar o padrinho.
É justamente essa malandragem do STF que a Câmara começou a desfazer, apesar da diplomacia de porta de cadeia do seu presidente. Pelo enunciado acima, adivinha como Rodrigo Maia vai atuar na matéria?
Pois Gilmar não se comoveu com a vassalagem e declarou assim mesmo que o Congresso tinha que se recolher à sua insignificância e não ousar contrariar o arroubo do Supremo (numa linguagem mais barroca, claro). Aí Rodrigo Maia, que já tinha posicionado estrategicamente a instituição que representa de quatro, calou a boca – porque nessa posição não há mesmo muito que dizer.
Maia não vê problema em se encontrar com Lula, o bom ladrão. E também não vê problema em declarar que Sergio Moro “acua as instituições democráticas”. Nova coincidência: Sergio Moro foi quem prendeu Lula.
Rodrigo Maia e Gilmar Mendes são dois dos ídolos da delinquência de boa aparência que sonha com a destruição de Sergio Moro e da agenda positiva que está tirando o Brasil da mão dessa federação de cartórios. O problema (para eles) é que o povo dessa vez entendeu o jogo e já mostrou que sabe o que quer.
Guilherme Fiuza é jornalista e escritor com mais de 200 mil livros vendidos, autor dos best-sellers “Meu nome não é Johnny” (maior bilheteria do cinema nacional em 2008), “3.000 dias no bunker” (história do Plano Real, também adaptado para o cinema), “Bussunda – A vida do casseta”, entre outros. Escreveu o romance “O Império do Oprimido” e é coautor da minissérie “O Brado Retumbante” (TV Globo), indicada ao Emmy Internacional.
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