Exclusivo: Hotmart avança planos de crescimento com compra da Klickpages

23 de janeiro de 2020
Magê Monteiro/Divulgação

João Pedro Resende e Mateus Bicalho, fundadores da Hotmart

A startup mineira Hotmart completou sua terceira aquisição, cujo objetivo é expandir o arsenal de ferramentas de criação de páginas de vendas de produtos digitais.

A empresa liderada por João Pedro Resende e Mateus Bicalho comprou a Klickpages, startup especializada na criação de landing pages – páginas online que têm o objetivo de levar o visitante a uma ação específica – e fundada em 2012 pelos empreendedores Priscila Pimenta, Hugo Rocha e Erico Rocha.

A compra, anunciada com exclusividade para a FORBES, não teve os termos divulgados. O deal segue o relacionamento entre as duas empresas que começou em 2016, quando a ferramenta de landing pages se tornou uma das opções oferecidas pela Hotmart para a edição de página de vendas.

“[A ferramenta da] Klickpages já faz parte do uso diário de milhares de usuários da Hotmart e sempre foi muito complementar ao nosso portfólio de produtos”, aponta Resende. “A aquisição vem para deixar a solução da Hotmart mais completa, mais poderosa e mais simples para os usuários.”

A Hotmart, cujo foco é a venda e distribuição de cursos online em formatos multiplataforma, começou suas aquisições em 2018, com a compra da desenvolvedora de chatbots Robos.im. No ano passado, comprou a especialista em webinários Vidmonster.

Sediada em Belo Horizonte, a Hotmart tem escritórios em Madri, Amsterdã, Bogotá e na Cidade do México e atende clientes em mais de 200 países. A empresa vai contratar pelo menos uma centena de novos funcionários em 2020 e já prepara seu evento anual, o Fire Festival. A startup quer realizar a maior edição da história do evento, que no ano passado aconteceu no Palácio das Artes, em BH, e este ano ocupa um novo local, também na capital mineira.

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iFood entra na onda do acqui-hire com Hekima

A iFood aderiu ao modelo acqui-hire com uma transação que absorve o capital humano da Hekima, empresa de Belo Horizonte focada em inteligência artificial e ciência de dados.

Com a aquisição, a foodtech terá um acréscimo de mais de 100 profissionais à sua equipe de IA. Segundo Bruno Henriques, VP de IA na iFood, a transação ajuda a resolver um dos maiores desafios enfrentados pela empresa: a busca por pessoal qualificado para trabalhar em projetos relacionados a dados.

“Muitos profissionais focados em IA acabam aceitando propostas de empresas globais de fora do Brasil”, aponta. “Queremos reter talentos através da criação de oportunidades atraentes no Brasil, para que estes experts brasileiros possam criar inovações de nível global em desenvolvimento de produtos.”

Neste mês, o banco digital Nubank foi a primeira startup brasileira de grande porte a lançar mão do modelo acqui-hire para fazer sua primeira aquisição, a consultoria de tecnologia Plataformatec. Tendência no mundo de tecnologia internacional, a prática prevê a compra de uma empresa especificamente por conta das pessoas que ali trabalham.

Assim como o Nubank, a iFood tem uma fome insaciável por expertise tecnológica. O fundador da empresa, Fabricio Bloisi (foto), está convencido de que a startup unicórnio será uma das Big Techs brasileiras. No ano passado, a startup lançou uma função dedicada à pesquisa e desenvolvimento em IA, machine learning, deep learning e ciência comportamental para afinar a experiência do consumidor e rede de restaurantes, bem como a eficiência nos processos de entrega.

A empresa também faz uso intensivo de IA internamente, em todas as áreas de negócio. Em 2020, a startup quer que toda a sua força de trabalho, de cerca de 2.300 funcionários, esteja treinada para fazer uso de tecnologias focadas em dados.

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Governo britânico apoia evento em SP sobre segurança cibernética

Os desafios na segurança cibernética em 2020 estarão em pauta em um evento apoiado pelo governo do Reino Unido em São Paulo que será o hottest ticket in town para interessados em inovação tecnológica na semana que vem. O Brazil-UK Tech Summit reunirá especialistas britânicos e pesquisadores, além de representantes do governo brasileiro e de empresas de tecnologia como Uber, Twitter e Microsoft. O evento, que acontece no Google for Startups Campus em São Paulo no dia 30 de janeiro, está com inscrições esgotadas e será transmitido ao vivo.

Temas em discussão no seminário incluirão os impactos dos conflitos digitais no panorama político internacional e tendências de regulamentação para a democracia digital, bem como os desafios da Lei Geral de Proteção de Dados pessoais (LGPD) e o processo de criação da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Também serão abordados os desafios sobre as propagandas políticas no ambiente digital.

O seminário é promovido pela Rede Chevening Alumni Brazil, e tem o apoio do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS), DarkTrace e ISH Security.

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Centro para a Quarta Revolução Industrial do Brasil é lançado e coleciona apoiadores em Davos

A criação do Centro para a Quarta Revolução Industrial do Brasil (CITI) foi anunciada ontem (22) no Fórum Econômico Mundial em Davos. O anúncio foi feito pela delegação de São Paulo, liderada pelo governador do estado, João Doria, e que inclui a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patricia Ellen da Silva e o secretário especial de produtividade emprego e competitividade do Governo Federal, Carlos da Costa.

No anúncio, também estava presente Leif Johansson, chairman da gigante farmacêutica AstraZeneca, que será um dos primeiros apoiadores do centro, a ser baseado no campus do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O Centro da Quarta Revolução Industrial é um projeto do Fórum Econômico Mundial para a aceleração de adoção tecnológica para o benefício da população e centros similares já foram lançados na China, Japão e Índia. No Brasil, a iniciativa é parte do Projeto CITI (Centro Internacional de Tecnologia e Inovação), que já está em andamento, e tem como objetivo criar o Vale do Silício brasileiro.

O governo do estado também anunciou o envolvimento da Bracell e da multinacional norte-americana de tecnologia Qualcomm no projeto. Segundo o presidente da Qualcomm no Brasil, Cristiano Amon, a empresa apoiará o novo centro e também está trabalhando com o BNDES em um projeto de financiamento de startups focadas em Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) no Brasil.

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Nivea se aproxima de startups

A empresa centenária de cosméticos Nivea agora tem um desafio de startups para chamar de seu. A produtora do icônico creme hidratante da latinha azul quer soluções escaláveis e de relevância nacional “que simplifiquem o processo de decisão e eduquem, informem e engajem consumidores” sobre seus produtos. O Desafio Nivea, que está sendo conduzido em parceria com a StartSe, está com inscrições abertas até 17 de fevereiro.

As ideias selecionadas na primeira fase terão uma imersão na empresa, que informará a segunda rodada de apresentações onde cinco ideias serão escolhidas. Este grupo final vai mostrar suas propostas para a alta gestão da empresa em março. A vencedora poderá colocar sua ideia em prática, tornando-se parceira da Nivea, e receberá uma cota de patrocínio em um evento da StartSe, no valor de R$ 20 mil.

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Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.

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