Dólar continua ao redor de R$ 5 mesmo após dados sombrios dos EUA

26 de março de 2020
Reuters

Às 10:44, o dólar recuava 0,44%, a R$ 5,0111 na venda

O dólar passava a cair contra o real na manhã de hoje (26), apesar de recorde no número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego na semana passada, com a onda de incerteza global impulsionando a volatilidade.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiram para 3,28 milhões na última semana, superando o recorde anterior de 695 mil estabelecido em 1982, disse o Departamento do Trabalho do país hoje.

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A pandemia de coronavírus, que interrompeu repentinamente a atividade nos Estados Unidos, desencadeou uma onda de dispensas que provavelmente acabou com o maior impulso no mercado de trabalho da história norte-americana.

No entanto, apesar do dano visível decorrente da disseminação da doença, às 10:44, o dólar recuava 0,44%, a R$ 5,0111 na venda, chegando a tocar R$ 4,9840 na mínima intradia. Na máxima do pregão, o dólar foi a R$ 5,0670.

O dólar futuro de maior liquidez era negociado em baixa de 0,59%, a R$ 5,0075.

“Cenário muito incerto; é basicamente isso que a gente tem vivido nos últimos tempos”, disse à Reuters Flávio Serrano, economista sênior do banco Haitong. “Dados dos EUA foram bem ruins, não há muita razão econômica (para essa queda).”

“Mas temos muita volatilidade, que vai continuar muito elevada por bastante tempo”, afirmou.

No exterior, o movimento de divisas emergentes e ligadas à exportação tinham movimento semelhante ao do real, com lira turca, peso mexicano e dólar australiano subindo.

Segundo analistas, o baque no emprego pode significar nova onda de estímulos na luta contra o impacto econômico do coronavírus. O Senado dos Estados Unidos já aprovou por unanimidade um projeto de lei de US$ 2 trilhões para ajudar trabalhadores desempregados e indústrias afetadas pela pandemia.

No cenário doméstico, em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC cortou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil a zero em 2020, ante crescimento de 2,2% calculado em dezembro, destacando que a estabilidade agora vista está associada a impactos econômicos “expressivos” decorrentes da pandemia de coronavírus.

Na véspera, a divisa norte-americana à vista fechou em queda de 0,96% contra a moeda brasileira, a R$ 5,0334.

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