Descoberto anticorpo que evita entrada do novo coronavírus na célula

6 de maio de 2020
Andriy Onufriyenko/Getty Images

Descoberta de anticorpo capaz de impedir que o vírus infecte células oferece uma base sólida para novas pesquisas

Cientistas descobriram um anticorpo monoclonal humano capaz de impedir que o vírus da Covid-19 infecte células cultivadas em laboratório. A descoberta, publicada online na segunda-feira (4), na “Nature Communications”, é um primeiro passo em direção ao desenvolvimento de anticorpos capazes de prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus.

A epidemia de Covid-19 se espalhou rapidamente pelo mundo, infectando 3,3 milhões de pessoas e matando mais de 235 mil. Pesquisadores da Universidade de Utrecht, do Centro Médico da Universidade de Erasmus e da Harbour BioMed (HBM) assinam o estudo.

LEIA MAIS: Brasil tem 100 mil testes de coronavírus ainda não contabilizados; 600 novas mortes são anunciadas

“Essa pesquisa avança em relação ao trabalho já feito no passado com os anticorpos do vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que causou uma epidemia em 2002/2003”, explicou Berend-Jan Bosch, professor associado da Universidade de Utrecht e coautor do estudo.

“Usando essa coleção de anticorpos encontrados naquela época, identificamos um específico que também é capaz de neutralizar a infecção pelo Sars-Cov2, em células cultivadas em laboratório. Esse anticorpo tem o potencial de alterar o curso da infecção no hospedeiro, ajudando no combate ao vírus ou prevenindo a infecção.”

O especialista explicou que isso acontece porque o anticorpo se liga a uma parte específica do vírus que é exatamente igual no Sars-Cov e no Sars-Cov-2. “Essa neutralização cruzada desse anticorpo é muito interessante e sugere que existe potencial na mitigação de doenças causadas por futuros novos coronavírus emergentes”, afirmou.

“Essa descoberta nos oferece uma base sólida para novas pesquisas com o objetivo de caracterizar esse anticorpo e começar a desenvolvê-lo como um potencial tratamento para Covid-19”, afirmou Frank Grosveld, do Centro Médico de Erasmus, em Roterdã.

“O anticorpo usado nesse trabalho é totalmente humano, o que permite um desenvolvimento mais rápido (de um produto) e reduzindo o potencial de efeitos colaterais.”

VEJA TAMBÉM: Pfizer e BioNTech se preparam para começar testes de vacina contra coronavírus nos EUA

Terapias convencionais com anticorpos costumam ser inicialmente desenvolvidas em outras espécies e, só então, ‘humanizadas’. “Há muito trabalho ainda a ser feito para sabermos se o anticorpo é capaz de proteger e reduzir a gravidade da doença em seres humanos”, afirmou Jingsong Wang, da HBM.

“Acreditamos que a nossa tecnologia possa contribuir para essa urgente necessidade de saúde pública e estamos também buscando vários outros caminhos de pesquisa.” (Com Agência Estado)

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.