Essa geração, chamada de Y, é a com maior diversidade étnica e racial de toda a história. A próxima será ainda maior. Ela cresceu junto com o boom da internet, é a geração mais conectada, politicamente e socialmente (media social), tem mais desapego, preferem Uber a ter carro, usam Airbnb e adoram compartilhar. São antenados e conscientes da sustentabilidade das marcas, onde quase 50% são mais inclinados a comprar de uma empresa que ajude alguma causa, seja ela ambiental ou social, mesmo sendo mais cara.
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Agora que já sabemos um pouco sobre os millennials, rumo ao vinho azul!
Adriana Carneiro, mineira conectada, me perguntou se eu já tinha tomado esse vinho azul. Eu amo o mundo do vinho, ele é imenso, mutável e agora até podemos falar que colorido, pois tem tinto, branco, rosé, laranja, azul e até pink (mais uma polêmica).
O primeiro vinho azul da Europa foi criado na Espanha, em 2015, o Gik, que foi uma febre no Instagram por sua cor e conceito. O que não foi muito cool foi a multa que os empresários tomaram por chamar de vinho o que, em definição oficial, não é. A definição básica é: bebida resultante da fermentação alcoólica do mosto de uva. No caso do vinho azul, eles alegam que a cor vem das antocianinas, flavonoides distribuídos na natureza responsáveis pelas cores azul, violeta e todas as tonalidades de vermelho que aparecem nas flores, frutos e algumas folhas. Até aqui tudo certo, se não fosse o fato de que, para extrair a cor, seja necessário um processo químico. E foi por isso que tiveram de trocar todos os rótulos e tirar a expressão “vinho azul”, no caso da Gik. Regra é regra.
“Quando você está bebendo Gik Blue, você está bebendo algo inovador. Você está bebendo o poder de criar suas próprias regras. Sendo assim, nós não estamos tentando impor uma maneira de beber. Não falaremos com o que isso harmoniza ou quando bebê-lo. Não precisa fazer curso de vinho ou estudar uma bíblia enológica.” (Um parênteses para falar que estudar sobre o vinho é um prazer e não uma obrigação, na minha opinião). “Na psicologia, a cor azul representa movimento, inovação e infinito. É também associada ao fluxo e mudança.” Eles também focam em não ter açúcar, citando que excesso de açúcar causa aumento de peso e a falta dele leva a uma atitude mais saudável. O nível alcoólico é mais baixo também, 11.5%.
Depois deles veio o Vindigo, de um empreendedor francês que não encontrou nenhum conterrâneo para apoiá-lo e foi parar na Espanha. O Pasion Blue, um chardonnay da Espanha, tem 9,5% de álcool e recomendam que o sirva a 6°C a 8°C, bem geladinho. Blanc de Bleu é um espumante da Califórnia que está no mercado desde 1973 e uma das sugestões de consumo é o chá de bebê, pra quando é menino.
O Skyfall parece ter um certo pedigree. Elaborado em Penedès, na Espanha, onde 95% das cavas são produzidas, esse espumante segue o método tradicional do champanhe, mesmo da cava, e fica três anos em contato com as leveduras. Um champanhe, por lei, tem de ficar no mínimo 15 meses para o não vintage e três anos para um vintage, ou seja, esse espumante azul está tendo um belo tratamento para alcançar uma qualidade.
É como na música, Elis Regina e Tom Jobim serão sempre clássicos inabaláveis, mas, há espaço para Tribalistas e Chiclete com Banana! Várias tribos, com direito a experimentar todas as cores do arco-íris pois, gosto é pessoal e intransferível.
O importante é ser gentil e não esquecer de se divertir no processo. No show do Blue Man Group seria divertido, certo?
Viva a diversidade!
Carolina Schoof Centola é fundadora da TriWine Investimentos e sommelière formada pela ABS, especializada na região de Champagne. Em Milão, foi a primeira mulher a participar do primeiro grupo de PRs do Armani Privé.
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