Muita gente tem me perguntado se a modalidade online funciona para as especialidades que cuidam da saúde mental: a psiquiatria, a psicanálise e a psicologia. Eu diria que o que importa, nesse caso, é menos a especialidade médica e mais a relação que se estabelece entre médico e paciente.
Oitenta por cento do sucesso de uma consulta, seja ela virtual ou presencial, deve-se à confiança que o paciente deposita no médico e a empatia que se estabelece entre médico e paciente. Essa empatia não é ensinada nos cursos universitários. Tampouco se aprende na residência médica ou nos treinamentos e estágios dos quais o estudante participa. Ela está ligada à personalidade do profissional da saúde.
É importante frisar que não é todo médico, assim como não é todo paciente, que se adapta a esse modelo à distância, seja porque não tem familiaridade com a tecnologia que permite os encontros remotos, seja porque simplesmente não gosta.
Mas quando ambos aceitam esse modelo de atendimento, a sessão tem excelente resultados, até porque a pandemia trouxe desafios para o profissional de saúde mental que antes atendia presencialmente. Imagine uma sessão presencial em que médico e paciente estão de máscara. Fica mais difícil, na minha opinião, discernir detalhes aos quais temos de estar atentos, como um sorriso irônico ou um mais triste.
Os resultados nessa área têm sido um sucesso. Acredito que a telepsiquiatria tenha vindo para ficar.
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