A notícia é boa porque o vício em jogos é algo mais comum do que se possa imaginar. No caso de adultos que apostam dinheiro, o perigo da adição está no fato de que ela pode levá-los à falência total – a deles e de suas famílias. O jogo é algo que sempre existiu – a loteria e o jogo do bicho estão aí para nos mostrar isso -, mas com o crescimento do uso de celulares e com a pandemia, as suas mais variadas formas se expandiram fortemente no ambiente digital.
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Como saber se alguém está dependente do jogo? A resposta pode até parecer banal, mas é simples mesmo: se o jogo está prejudicando você ou as pessoas que vivem com você de alguma forma, então há um problema mais sério.
Dependência não tem nada a ver com a quantidade de tempo que se gasta jogando, como muita gente imagina, mas com o prejuízo que aquelas horas jogando podem trazer à pessoa que fica na frente do celular ou do computador. Um exemplo: negligenciar coisas importantes da vida, como estar com a família, se alimentar e trabalhar, em favor do jogo. No caso de adolescentes dependentes de games, o jogo ganha mais importância do que os amigos, o namoro, o sexo, a escola.
Jogar não é um mal hábito, mas torna-se um hábito pernicioso quando impede você de aproveitar e cuidar da sua vida, da sua saúde e dos seus relacionamentos.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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