Dentro das empresas acontece o mesmo. As equipes mais diversas podem sofrer com conflitos? Sim. E que bom! A partir deles podem surgir ideias mais ricas e capazes de solucionar problemas de uma forma inovadora, levando em consideração pontos de vista distintos. O estudo “Diversity wins: how inclusion matters” (“Diversidade vence: como a inclusão é importante”, em tradução livre), realizado em 2020 pela consultoria Mckinsey, com mil empresas de 15 países, mostrou que quanto maior a diversidade entre os funcionários, melhor o desempenho das companhias.
O dilema é que ao mesmo tempo em que nos damos conta da importância da diversidade, o mundo online, movido a algoritmos, nos empurra para dentro de uma bolha na qual todos têm hábitos e opiniões similares. Precisamos nos disciplinar a estourar nossas bolhas o tempo todo e nos expor ao diferente. Sei que não é fácil, mas vale a prática. Não sou especialista no tema, mas divido a seguir algumas mudanças de hábito que me ajudaram – e podem ajudar você – a aumentar o contato com opiniões e culturas diversas.
“Brinque” com os algoritmos. Se os sites de busca e as redes sociais nos bombardeiam com aquilo que concordamos e estamos acostumados a ler e explorar, por que não fazer uma navegação para despistar? Vale acessar sites de assuntos sobre os quais você nunca teve interesse, de astronomia a jardinagem. E até visitar perfis onde encontrará pontos de vista diferentes do seus. Assim, vai educando a tecnologia a não poupar você da diversidade.
Leia, ouça, procure o diferente. Explore um livro e assista a uma série que não tem nada a ver com você. O exercício criativo de olhar para o que foge do seu interesse e tentar extrair algum aprendizado é muito rico e pode ajudar a ver o mundo mais diverso.
Dispense o GPS. Dentro do carro, experimente explorar caminhos diferentes, com o olhar voltado para a beleza da cidade, a movimentação de pessoas e os nomes das ruas. Vale até fazer caminhos diferentes para chegar ao mesmo lugar – este pequeno exercício já nos tira do “automático” e faz estar mais atentos aos detalhes de nosso cotidiano.
São mudanças de comportamento que nos possibilitam enxergar um universo muito mais amplo, diverso e, consequentemente, mais criativo e inovador. Quanto maior o nosso repertório, quanto mais compartilharmos opiniões e vivências diferentes, mais recursos teremos para contribuir com o mundo. Nossa força não está em ser dono da ideia vencedora, mas sim na capacidade de criar a partir da soma das diferenças.
Marina Daineze Keresztes, diretora de Marca e Comunicação da Vivo, atua no mercado de telecom há 15 anos. Sob sua gestão estão o Hub de Conteúdo VivoOn e as áreas de Mídia, Comunicação, Branding, Trade Marketing, Eventos e Patrocínios Culturais e Esportivos. A executiva é graduada em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo, com MBA Executivo em Marketing na ESPM.
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