Num mundo onde grandes ideias e lideranças inspiradoras vêm de todos os lugares, há que se encontrar e apoiar soluções locais que levem ao desenvolvimento sustentável.
Ecossistemas locais digitais são ferramentas que aceleram o crescimento das pequenas empresas e que acessam mais fácil o capital, colaborando com empreendedores locais, ajudando-os a testar e dimensionar suas inovações para alcançar sua gente.
É bom que se diga que ecossistema local se refere à totalidade de atores interconectados – governos, sociedade civil e setor privado, universidades, cidadãos individuais e outros, que em conjunto produzem um resultado de desenvolvimento específico. O “local” se refere aos atores de um determinado território. Como esses atores produzem em conjunto um resultado, eles são “locais” para ele. E como desenvolvimento, os resultados podem transbordar em muitos níveis, com os sistemas locais podendo se tornar nacionais ou só mesmo de âmbito comunitário.
Ao focar em parcerias locais, a plataforma digital induz um trabalho mais eficaz, mas inerentemente mais sustentável. Como bem dito pelo presidente Obama, qualquer nova modelagem de desenvolvimento deve ser “…Enraizado no investimento responsável compartilhado, com responsabilidade mútua e, acima de tudo, resultados concretos que puxam comunidades da pobreza para prosperidade…”.
Mas, mais importante do que a ferramenta ou avaliação metodológica é o pensamento sistêmico que promove. Idealmente, esses mapeamentos são realizados em colaboração com os atores locais e externos. O envolvimento de outros aproveita o conhecimento local, promove um entendimento comum do sistema e da sua dinâmica e estabelece uma base para a coordenação de múltiplas intervenções.
Olhando para alguns dos nossos sistemas locais e seus “modelos de desenvolvimento”, o que quase sempre se observa é um crescimento selvagem sem estratégia alguma de desenvolvimento. Só os territórios de favelas no Brasil movimentam R$ 120 bilhões por ano com uma aguda desigualdade humana.
“O grande desafio é enxergar que o desenvolvimento sustentável das favelas brasileiras passa por geração de renda de um lado e consumo do outro. As empresas que enxergarem as comunidades como parceiras serão as primeiras a lucrar fazendo melhorar e tornando ainda mais sustentável o consumo dessas 13,6 milhões de pessoas”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Aqui tratamos de plataformas abertas de inovação que preenchem a lacuna de geração de renda e consumo em territórios de grandes desigualdades sociais. Conectam startups, empresas, cidades, governos, fundações e universidades para acelerar parcerias e inovação tecnológica. Isso requer uma colaboração da sociedade e empreendedores ousados para resolver os maiores desafios de cada território.
Assim, juntos, podemos criar um futuro mais brilhante e próspero para as pessoas vulneráveis em seus territórios.
Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Ceará.
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