Rumo Futuro: Em preparação para M&A, Perestroika evolui oferta de aprendizagem criativa

29 de maio de 2023
Divulgação

Jean Philippe Rosier, CEO da Perestroika.

Entre suas idas e vindas entre Brasil e Portugal, o publicitário Jean Philippe Rosier está com a cabeça a mil. Sua escola de atividades criativas, a Perestroika, está prestes a embarcar em um novo momento de sua trajetória, com uma possível venda do negócio e uma expansão de produtos no horizonte.

Conhecida por seus métodos pedagógicos fora do convencional e ênfase em inovação com cursos como o Chora, PPT!, que ensina alunos a criarem apresentações atraentes, a Perestroika desenvolveu mais de 70 cursos desde sua fundação em Porto Alegre em 2008. Mais de 200 mil alunos foram treinados pela escola em imersões ao vivo e online, academias corporativas, workshops e palestras. Ao invés de instrutores, a empresa convida especialistas para cursos sobre assuntos que vão desde empreendedorismo até poker.

“Nossa proposta é de proporcionar conhecimento efervescente, uma forma diferente de traduzir conteúdos para que as pessoas acessem isso de uma forma descontraída, profunda e ao mesmo tempo divertida. Somos navegadores do universo educacional, tentando trazer detalhamento aos temas, mas com leveza,” diz Rosier, em entrevista à Forbes.

Antes da pandemia, a Perestroika abriu sedes físicas nas principais capitais do Brasil, com ênfase no aprendizado baseado em experiência em cursos que custavam R$2,5 mil, em média. Com a emergência sanitária, a metodologia foi reescrita para o ambiente online, os cursos ficaram mais acessíveis e a base de alunos decolou.

Ao mesmo tempo, o braço B2B da empresa, a Sputnik, continuou a crescer, impulsionado por pessoas que faziam os cursos da Perestroika e queriam trazer a experiência para o ambiente corporativo. Liderada por Mari Achutti, a frente de educação corporativa é a mais relevante do ecossistema em termos de faturamento, que está em cerca de R$ 14 milhões.

A escola nunca recebeu investimentos e acredita no crescimento orgânico, diz Rosier. Mas agora, as coisas devem mudar: “Estamos em busca de parceiros para fazer um M&A, como um grande grupo educacional, para conseguir impactar e chegar em mais pessoas”, diz o empreendedor, acrescentando que está “estruturando a casa” com a Pipeline Capital Tech como advisor, e deve ir a mercado no segundo semestre.

Por mais que o foco inicial seja encontrar um comprador, também é possível que apareçam oportunidades de compra no processo. “Se a gente identificar, por exemplo, uma startup de software, e ao adquirir essa empresa possamos dar um salto e aumentar nossa atratividade, não estamos fechados a isso, se fizer sentido para o plano de M&A”, ressalta. 

Incrementando o tabuleiro

Em paralelo aos planos de M&A, a Perestroika segue ampliando sua oferta. Além do VIRA, curso de criação de estratégias com foco em futuros a ser lançado nesta semana, novidades para os próximos meses incluem o lançamento de um curso de letramento sobre assédio, em parceria com a ONG Think Olga. “Todo mundo está falando sobre inteligência artificial em grandes eventos, mas não estamos falando do básico, como formas de entender o que é um assédio e como é possível prevenir isso, construir uma sociedade que pare com estas práticas e se policie. É um curso do qual nos orgulhamos muito”, diz Rosier.

A outra estreia é de uma formação para produtores de conteúdo, em parceria com o estúdio de criação Contente. “Será um curso extremamente ferramental para ajudar as pessoas a se tornarem produtores de conteúdo, com uma estrutura, uma base. Produzir conteúdo não é só sobre abrir a câmera e sair falando. Acho possível que a gente tenha uma faculdade de produtor de conteúdo, assim como temos de jornalismo, de publicidade”, aponta o sócio da Perestroika.

Além disso, a escola de criativos deve apostar na expansão internacional. Para além da venda de cursos no mercado português, alguns dos treinamentos devem receber dublagens para outros idiomas com inteligência artificial. O foco inicial da expansão será países como Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda e Austrália, seguido de mercados na América Latina. Google, Oracle e Natura estão no rol de empresas atendidas pela escola, que agora vai avisar a clientela sobre os planos de ganhar o mundo. 

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