A plataforma de venda e aluguel de imóveis QuintoAndar anunciou, nesta semana, o uso de uma ferramenta de precificação que usa inteligência artificial para calcular, com base em mais de 500 variáveis e no histórico de 500 mil imóveis, o melhor valor. Essas variáveis vão desde características específicas do imóvel – como estado de conservação, andar onde está localizado e iluminação – até o comportamento do mercado, ou seja, a oferta e a procura. Mais ou menos como a tarifa dinâmica do Uber.
Gabriel Braga, CEO da startup que tem R$ 30 bilhões em ativos sob gestão, explica que se sentia incomodado tanto com os imóveis que alugavam muito rápido quanto com aqueles cuja negociação demorava demais. “No caso dos dois extremos, eu sempre ficava com a sensação de que algum dinheiro estava sendo perdido”, diz.
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Como esse é um mercado muito descentralizado e de difícil acompanhamento, não existia, até agora, uma ferramenta capaz de fazer essa regulação de forma automatizada. “Como conduzimos o processo de ponta a ponta e já temos um banco de dados muito volumoso, achamos que estava na hora de lançar mão do recurso.”
O smart pricing estreou, sem alarde, em fevereiro, e já foi aplicado em mais de 20 mil imóveis alugados pelo QuintoAndar. Atualmente, 80% dos usuários da plataforma já optam por precificar seus imóveis dessa forma e, a qualquer momento, podem alterar o valor. “O proprietário agora tem a segurança de que não vai ficar muito tempo sem alugar por estar pedindo um valor alto demais e nem de que vai deixar dinheiro na mesa por pedir um preço muito baixo”, completa o executivo.
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O objetivo, no curto prazo, é gerar uma maior liquidez dos imóveis disponíveis. Segundo Braga, os anúncios regulados pelo smart pricing receberam 15% mais ofertas de interessados. E, no que diz respeito à concretização do negócio, o incremento foi de 40%. Já no longo prazo, para o CEO, a tendência é uma racionalização maior dos preços capaz de propiciar até uma ampliação da oferta de imóveis para locação como investimento, a partir do momento que os proprietários se sentirem cada vez mais seguros em relação aos valores.
A tecnologia foi desenvolvida pela equipe interna do QuintoAndar há cerca de um ano, até a criação de um algoritmo próprio. Desde fevereiro, quando foi implantada, a ferramenta lidou com grandes oscilações de oferta e procura em função da pandemia e, segundo Braga, cumpriu seu papel. “A recepção foi mediata, o tempo médio até o fechamento do negócio diminuiu e a tendência é melhorar, já que a ferramenta vai aprendendo com o tempo.”
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