Embora o CEO e cofundador da Chainalysis, Michael Gronager, tenha se recusado a compartilhar a receita real gerada pela empresa, a Forbes estima que o valor está em torno de US$ 8 milhões em 2018, e Gronager diz que seu faturamento aumentou cerca de 96% no ano passado. Com receita prevista para dobrar no próximo ano e novamente em 2022, o investimento é mais uma evidência de que há mais dinheiro a ser ganho em criptomoeda do que apenas comprando na baixa e vendendo na alta. Além de ajudar o Departamento de Justiça dos EUA a rastrear mais de US$ 1 bilhão em bitcoins e outras criptomoedas apreendidas no início deste mês, a Chainalysis agora conta com 350 clientes no total, incluindo governos estaduais e instituições privadas.
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A Série C, que foi assinada por todas as contrapartes e aguarda a papelada final, seguirá uma Série B iniciada há apenas quatro meses, elevando o investimento total para US$ 166 milhões. Como parte do investimento, a empresa que atualmente emprega 200 pessoas planeja quase dobrar seu quadro de funcionários no próximo ano, incluindo contratações de política internacional, vendas e marketing e pesquisa e desenvolvimento. Em julho passado, a Forbes incluiu a Chainalysis como a primeira empresa de criptomoeda na lista Next Billion Dollar Startups, de apostas em unicórnios. O cofundador Jonathan Levin é membro da lista Forbes 30 Under 30 da Europa.
Atualmente, a empresa possui escritórios em Nova York, Singapura e Tóquio e aguarda o retorno das viagens aéreas para expandir sua presença internacionalmente e na capital norte-americana, onde a demanda regulatória está chegando ao pico. Na verdade, a demanda atingiu uma escala tão alta que, em julho, o ex-chefe de sanções do presidente dos EUA, Donald Trump, Sigal Mandelker, juntou-se ao conselho consultivo da Chainalysis como parte de um investimento de Série B.
Porém, e talvez o mais importante, a empresa diz que levantou muito mais dinheiro do que na rodada de Série B porque espera ter a oportunidade de comprar outra empresa. “Achamos que o momento, o mercado e a maturidade do espaço cripto oferecerão alguma consolidação, onde pode haver algum crescimento inorgânico que pode estar disponível”, disse Gronager.
Claro, o simples fato de que a Chainalysis, uma empresa de segurança que ajuda a identificar fraudes, lavagem de dinheiro e outras práticas ilegais e ilícitas de usuários de criptomoedas, está entre os primeiros unicórnios da indústria, é mais uma evidência de por que tantos investidores institucionais permanecem relutantes em entrar nesse mercado. Apesar de várias empresas de alto perfil, incluindo JP Morgan e Citibank, recentemente adotarem um tom positivo em relação ao bitcoin, outras, como o financiador de hedge Ray Dalio, permanecem céticas. O principal investidor, Lee Fixel, descreveu a Chainalysis como “a plataforma de regulamentação financeira para o futuro dos ativos digitais”, em um comunicado.
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Na última sexta-feira (20), a Chainalysis publicou um relatório chamando 2020 de “o ano de adoção institucional do bitcoin”, mencionando especificamente o gerente de fundos de hedge Paul Tudor Jones e a Square como exemplos. No início da semana passada, a consultora financeira DeVere Group disse que 73% de seus cerca de 700 clientes milionários que responderam a uma pesquisa de criptomoeda disseram que já investiram ou vão investir nela até 2023. Isso é um aumento de 68% com relação ao ano passado. “À medida que mais empresas convencionais, como Paypal, começam a oferecer serviços de criptografia”, disse o sócio da Accel e investidor da Chainalysis, Philippe Botteri, em um comunicado, “esperamos uma aceleração ainda maior à frente.”
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