A capitalização de mercado de US$ 620 bilhões da Tesla comandará cerca de 1,5% do valor total de mercado do S&P 500 quando a empresa entrar no índice na próxima segunda, à frente da Alphabet, mas ainda atrás do Facebook.
Este tipo de entrada histórica no S&P 500 gera uma enorme quantidade de negociações antes da empresa entrar no índice, que pode chegar a US$ 100 bilhões com investidores vendendo ações de outras companhias para comprar os papéis Tesla. A maior parte dessas negociações deve acontecer hoje (18). “O mercado é bastante eficiente quando se trata de lidar com este tipo de volume e movimentos técnicos”, diz David Barse, fundador e CEO da empresa de índices XOUT Capital.
A subida meteórica da Tesla este ano (que foi recebida com grande volatilidade) faria dela a sétima maior empresa do S&P 500 baseada nos preços de hoje – a frente da Berkshire Hathaway, JPMorgan e Visa – aumentando a sensibilidade do índice que está mais concentrado do que nunca.
As ações da Tesla subiram 64% desde que o S&P Global anunciou a adição do papel ao S&P em novembro. As ações caminham para subir 680% apenas neste ano.
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O reequilíbrio de índices é comum no mercado de ações, mas nunca aconteceu nesta escala. À medida que empresas maiores se juntam ao S&P, os especialistas avaliam que a acumulação antes da inclusão no índice de uma empresa nem sempre dura.
“Se olharmos para as duas últimas entradas no S&P 500 deste tamanho, que foram a Berkshire Hathaway ponderando cerca de 1,2% e o Facebook com 1,5%, podemos perceber uma tendência de subir até à inclusão e, depois, as ações acabam tendo um desempenho abaixo do esperado”, declara Freeman.
O peso da Berkshire no índice é praticamente nulo desde a sua estreia no S&P há 10 anos. No entanto, o Facebook teve um aumento de 30% nas ações em 2020, aumentando o peso no índice em aproximadamente 2,1%. Após sua entrada em dezembro, o Facebook teve um desempenho inferior ao mercado nas semanas seguintes.
Alguns observadores de Wall Street se preocupam que a adição da Tesla ao S&P tenha chegado demasiado tarde. “O valor do índice S&P 500 seria US$ 566 bilhões mais elevado se a Tesla tivesse sido incluída na sua estreia”, diz Vincent Deluard, da StoneX.
Deluard argumenta que a seletividade do índice levou o S&P 500 a ter um desempenho inferior ao observado nas 500 maiores empresas negociadas na bolsa. “Os investidores só não se queixaram porque a inclinação do índice S&P 500 em direção a grandes limites permitiu bater 72% das ações dos EUA nos primeiros oito meses do ano, mas esse desempenho inverteu-se desde setembro”.
Em nota divulgada na quarta (16), o Goldman Sachs declarou que a inclusão da Tesla no S&P terá apenas uma “pequena contribuição para os ganhos do índice” e que o seu P/L (Preço/Lucro) de 170 é quase oito vezes a média de 22 do S&P 500 (aproximadamente o mesmo com e sem a Tesla).
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