Siebel, um ex-veterano da Oracle que vendeu seu negócio anterior, a Siebel Systems, para a própria Oracle por quase US$ 6 bilhões há quase 15 anos, fundou a C3.ai em 2009. O provedor de software empresarial registrou receita de US$ 157 milhões no ano fiscal encerrado em 30 de abril, aumento de 71% ano a ano, de acordo com o registro regulatório da empresa. Até o momento, no entanto, a empresa não dá lucro, registrando prejuízo líquido de US$ 69 milhões no período, ante US$ 33 milhões no ano anterior.
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Atualmente, a C3.ai oferece ferramentas de inteligência artificial para aplicações industriais, ajudando na identificação e previsão de problemas relacionados à manutenção, detecção de fraudes e análise de grandes quantidades de dados de sensores, sempre com recursos de IA. “Passei os primeiros 20 minutos de cada apresentação ao cliente explicando que não somos, de fato, uma empresa de IoT. Porque quando as pessoas pensam em IoT, elas pensam em dispositivos e em hardware”, diz Siebel. “E eu expliquei, sim, nós nos conectamos a dispositivos, mas não somos uma empresa de IoT. Somos uma empresa de software e o que as pessoas estão fazendo com todos esses dados que estamos agregando é análise preditiva, que é IA.”
A abertura de capital da C3 reflete a recuperação de seus negócios desde a disseminação do coronavírus, diz Siebel, que superou suas expectativas. Em março e abril, a C3.ai estava se preparando para o pior, organizando-se para uma grande perda de negócios em sua base de clientes de grande porte e considerando demissões em grande escala, conta o executivo. Siebel e a C3.ai pegaram mais de US$ 5 milhões em empréstimos com o governo durante a pandemia. As demissões, por fim, não aconteceram, e Siebel afirma ter pago os empréstimos quando ficou claro que o mercado de capitais ainda estaria disponível para a sua empresa.
A proliferação acelerada do trabalho remoto em resposta à pandemia alavancou a demanda por ferramentas de software, levando a empresa a buscar financiamento adicional para contratar e reforçar seus serviços. A empresa considerou uma gama de opções, incluindo captação de recursos privados, antes de decidir pelo IPO.
Com as ações da C3.ai em altas massivas nos primeiros minutos de negociação da empresa, parece que a aposta da Siebel na demanda do investidor estava certa. “Acho que o IPO é apenas uma etapa à medida que tentamos construir uma das principais empresas de software do mundo”, diz Siebel. “A IA é uma ferramenta poderosa para o bem e estar na vanguarda da tecnologia é um privilégio profissional.”
Aos 68 anos, o bilionário diz que também não tem planos de se afastar de C3.ai após a oferta pública: “Estou fazendo isso porque essa é minha ideia de diversão.”
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