A aposta do BMG ocorre em meio a um forte aquecimento no setor de comercialização de energia do Brasil, no qual já atuam empresas ligadas a grandes elétricas e grupos financeiros que incluem nomes como BTG Pactual, Itaú Unibanco, Santander e Genial Investimentos, além de agentes independentes.
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Para começar as negociações desses contratos, o BMG se credenciou junto à plataforma eletrônica BBCE, que desde o início deste ano tem sido um ambiente de negócios de derivativos de energia, depois de ter recebido autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em meados de 2020.
O diretor de Atacado e Tesouraria do Banco, Roberto Simões, disse à Reuters que o BMG será a primeira instituição financeira a ofertar derivativos na BBCE, em movimento alinhado à suas operações voltadas a grandes clientes, que já incluem derivativos para cobertura de riscos relacionados a câmbio e commodities, por exemplo.
“Energia é mais um ativo ao qual as empresas estão sempre expostas. E é um ativo que muitas vezes tem representatividade para algumas delas até muito maior que dólar e outros”, afirmou.
O Brasil tem visto nos últimos anos um crescimento acelerado no mercado livre de eletricidade, ambiente onde consumidores com grande demanda como indústrias podem negociar diretamente seu suprimento junto a geradores e comercializadoras de energia.
O segmento tem atraído Bancos como Santander e Itaú, que abriram unidades de comercialização, e corretoras – como a Genial e a XP, que prepara o lançamento de uma comercializadora própria, que inclusive também mira transações com derivativos.
Mas a atuação direta no mercado de contratos de energia demanda um processo de cadastramento junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e outras exigências que não são necessárias para a negociação apenas de derivativos.
O presidente da plataforma de negociação BBCE, Carlos Ratto, disse à Reuters que há hoje cerca de 60 empresas aptas a ofertar derivativos em seu sistema, incluindo não só comercializadoras de energia, mas também quatro fundos de investimento e o BMG.
“Queremos que esse mercado ganhe mais liquidez, e estamos recebendo ligações tanto de instituições financeiras como de fundos interessados em conhecer mais”, afirmou ele.
Para Simões, do BMG, a entrada dos bancos tende a fortalecer a liquidez no mercado porque agentes financeiros têm capacidade de alavancagem muito maior que as comercializadoras de energia.
“A tendência é essa, não tenho dúvida nenhuma. O mercado de energia do Brasil tem porte para ter uma bolsa de energia e muito em breve”, afirmou ele.
Uma proposta de reforma apoiada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para o setor de energia prevê gradual ampliação do mercado livre, que poderia no médio prazo ser aberto a todos consumidores, inclusive residenciais. O projeto também envolve planos para a criação futura de uma bolsa de energia no país. (Com Reuters)
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