A Habi, uma startup do setor imobiliário que digitaliza a compra e venda de imóveis na Colômbia, anunciou ontem (23) a captação de US$ 100 milhões em financiamento Series B, a segunda maior rodada de uma CEO mulher na América Latina.
Focada na digitalização da compra e venda de imóveis no país, a startup opera no modelo iBuyer e tem sede em Bogotá. O trabalho da Habi consiste em comprar, reformar e vender imóveis. Seu banco de dados centralizado – construído com informações de parceiros imobiliários, bancários e governamentais – conduz o modelo de precificação automatizado, com serviços para compradores e vendedores de imóveis.
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A startup também permite que os proprietários façam uma estimativa do valor de seus imóveis na plataforma. Cerca de cem mil colombianos já receberam as cotações da Habi, que vão de ofertas residenciais a uma avaliação online gratuita oferecida pela empresa, afirma a cofundadora e CEO da companhia, Brynne McNulty Rojas. Entre maio de 2020 e maio deste ano, o volume de transações cresceu, em média, 40% mensalmente.
A rodada de financiamento – liderada pelo SoftBank Latin America Fund ao lado de investidores anteriores, incluindo Inspired Capital, Tiger Global, Homebrew e 8VC – também representa a segunda maior Series B levantada por uma startup na Colômbia, ficando atrás apenas do aporte de US$ 185 milhões do app de entrega Rappi em 2018, de acordo com o Pitchbook. A Habi se recusou a divulgar a avaliação de mercado atual da empresa.
De acordo com uma análise da Galería Inmobiliaria, as vendas de novas residências nas cinco maiores cidades da Colômbia – Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla e Bucaramanga – aumentaram 31% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o ano anterior. Atualmente, Habi atua em quatro desses mercados: Bogotá, Medellín, Barranquilla e Cali. Com o capital, Rojas afirma que a empresa irá expandir sua presença em países vizinhos, começando pela Cidade do México. A Habi também pretende investir na contratação de pessoas, que cresceu nove vezes no último ano e atingiu 300 funcionários.
A Habi não é a única startup na América Latina que preencher uma lacuna digital no mercado imobiliário: a brasileira Loft fechou uma rodada de financiamento Series D de US$ 425 milhões em março, sendo avaliada em US$ 2,2 bilhões. Mas a Habi se destaca em um aspecto: sua plataforma proprietária contém mais de 16 milhões de dados exclusivos e sintetizados, com informações que compreendem localização, tamanho da propriedade, número de vagas de estacionamento, facilidades e serviços oferecidos pelas propriedades.
“Em um ambiente como o Brasil ou a Colômbia, empresas como Habi e Loft têm a possibilidade de entrar no mercado e criar uma experiência única onde podem deter a experiência do comprador e a experiência do vendedor”, Clelia Warburg Peters, presidente da Warburg Realty e sócia da Bain Capital Ventures.
Nos EUA, o mercado iBuyer é dominado pela Opendoor, com sede em São Francisco, que abriu capital com um valor de mercado de US$ 4,8 bilhões em setembro do ano passado. Proptechs como o Zillow, Offerpad e Redfin também entraram na competição pelo mercado imobiliário norte-americano.
As startups como a Habi acabam se deparando com um fluxo de receita instável em um mercado que pode sofrer declínios, como ocorreu durante os primeiros dias da pandemia, quando muitos iBuyers interromperam as compras de imóveis, explica Greg Schwartz, ex-presidente da Zillow e CEO da Tomo. O iBuying também geralmente custa mais aos vendedores em taxas de serviço, cerca de 13% a 15% do preço de venda de uma casa, enquanto os agentes tradicionais custam entre 5% a 7%.
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