No período de 12 meses até março de 2021, o volume de resseguro cedido pelas seguradoras brasileiras foi de R$ 19,1 bilhões, um crescimento de 34,3% em relação ao período anterior, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O aumento de resseguro cedido revela mais flexibilidade no ambiente de negócios, porém, o desempenho varia consideravelmente de um ramo para outro e linhas como Patrimonial e Rural, que permitem cessão de prêmios superior a 50%, influenciam no resultado.
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“O desafio dos últimos anos, e o que ainda estamos vivendo hoje em dia, é o da rentabilidade”, resume Nuno Antunes, diretor geral Ibero LatAm da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS). “É o desafio de conseguir encontrar aquele ponto de equilíbrio entre o que a gente cobra e tudo aquilo que tem acontecido em termos de sinistros (ocorrências indenizáveis) em nível mundial. Paulatinamente, ao longo das últimas décadas, acompanhamos o crescimento do nível de sinistros catastróficos, com um aumento da massa segurada e periodicidade cada vez menor entre as ocorrências.”
Além das catástrofes, o preço do resseguro sobe também por causa da queda das taxas de juros globais, visto que boa parte da rentabilidade das resseguradoras vem da receita financeira das reservas. Com essa rentabilidade reduzida, as empresas optaram por aumentar as taxas de resseguro para equacionar o balanço.
“Estamos em períodos de incertezas e esses ajustes podem ser suficientes ou não, contudo o importante neste momento é a parceria entre as seguradoras e resseguradoras para ajustar os contratos no longo prazo”, afirma Isabel Solano, vice-presidente executiva de Resseguros do IRB Brasil RE. “Com o avanço da vacinação, esperamos uma recuperação importante de alguns setores impactados pela pandemia, como Patrimonial, Aeronáuticos e Riscos de Engenharia, que sofreram com o adiamento de projetos.”
Em relação ao Brasil, a Swiss Re projeta que o mercado de seguros crescerá em torno de 3,5% em 2021 e 3,8% em 2022. As linhas pessoais serão moldadas pela recuperação da atividade econômica e do emprego, e o aumento dos preços de seguros apoiará as linhas comerciais.
Atenta às oportunidades, a Austral Holding anunciou em maio a aquisição da subsidiária da Markel Internacional do Brasil. O negócio, já aprovado pela Susep, contribuirá para estreitar seus laços com as seguradoras cedentes que mantinham operações com a empresa no Brasil e com brokers especializados em resseguro.
Com a modernização que a Susep está implementando em todo o mercado, a expectativa é que as regras que tratam do resseguro também passem por revisão, o que pode modificar a concorrência entre as empresas locais, admitidas e eventuais e os limites de cessão permitidos para as diversas linhas de seguro.
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