A procura por passagens ganhou impulso em meados de setembro, quando Washington anunciou que permitiria a entrada de turistas estrangeiros vacinados. “As nossas lojas, de um dia para o outro, tiveram um aumento de 140% nas transações. Em uma semana, o volume de ligações na central de atendimento cresceu 125%. O impacto foi imediato, mesmo sem saber naquele momento a data exata nem as regras [para entrada nos EUA]”, diz Alexandre Cavalcanti, diretor de vendas da companhia no Brasil.
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Antes da crise do novo coronavírus, a companhia chegou a operar 52 voos semanais entre Brasil e Estados Unidos em épocas de pico, mas as cidades de origem e destino não eram as mesmas. Já havia planos de encerrar as operações dos trechos São Paulo-Los Angeles e Brasília-Miami, por exemplo, afirma Cavalcanti. “Na verdade, levando esse número em consideração, estamos melhor em termos de oferta do que estávamos no pré-pandemia, porque já íamos tirar essas rotas [e ficar com um número menor]”, explica ele.
A expectativa é que o restabelecimento do fluxo de passageiros leve o Brasil de volta ao posto de maior mercado estrangeiro da companhia aérea nas Américas, que atualmente é ocupado pelos países caribenhos. Vários deles não fecharam fronteiras no último ano e se tornaram destinos populares para norte-americanos de férias ou em home office.
O câmbio, porém, é fator que pode atrapalhar esses planos tanto da companhia quanto dos consumidores. A projeção dos economistas ouvidos pela pesquisa Focus desta semana é que o dólar encerre o ano a R$ 5,50, o que não exclui a possibilidade de forte volatilidade até lá. Cavalcanti, no entanto, acredita que o impacto da cotação deve ser limitado. “O brasileiro se ajusta. Contanto que o câmbio fique estável, o brasileiro se programa para viajar. Talvez o perfil de viagem mude”, diz ele.