A Marfrig, atualmente o maior acionista da BRF, disse em nota ao mercado que o seu conselho decidiu que a companhia deve exercer seus direitos de acionista para passar a influenciar na administração da maior produtora de carne de aves do Brasil, líder global na exportação do produto.
Anteriormente, a Marfrig havia indicado que não pretendia, com a compra de ações, influenciar na administração da empresa. Gigante da produção de carne bovina, com ativos também nos Estados Unidos, a multinacional começou a comprar ações da BRF em maio de 2021, afirmando que o movimento visava apenas diversificar investimentos.
A BRF – que também tem entre os principais acionistas os fundos de pensão Petros e Previ, além da gestora de recursos Kapitalo Investimentos – levantou recentemente R$ 5,4 bilhões em uma oferta de ações (“follow-on”), em uma operação que levou players do mercado a especularem se a Marfrig poderia adquirir uma participação controladora sem o risco de acionar um mecanismo de “poison pill”.
“Pílulas de veneno”, na tradução literal, são as táticas criadas por empresas para desencorajar, ou ate mesmo impedir, aquisições hostis de companhias no mercado de capitais.
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No entanto, os acionistas da Marfrig acabaram por autorizar a participação na oferta apenas dentro do “limite de sua participação societária no capital social da BRF”, que atualmente é de 33,25%.
O último movimento da Marfrig ocorre quase três anos após fracassadas negociações de fusão entre as duas empresas.
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