Ao fim de sua reunião de política monetária da véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu os juros em 1,50 ponto percentual pela terceira vez consecutiva, a 10,75% ao ano, decisão em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.
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“Mantemos nossa expectativa de que a taxa de juros Selic será elevada em 100 pontos-base em março e 50 pontos-base em maio”, chegando a 12,25% ao ano, disseram no documento Solange Srour, economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, e Lucas Vilela, economista.
O Citi compartilha dessa visão, afirmando em relatório da véspera manter a projeção de que os juros básicos chegarão a 12,25% ao fim do atual ciclo de aperto, após alta de 1 ponto percentual em março e 0,50 ponto em maio.
O credor norte-americano disse, no entanto, enxergar riscos crescentes de necessidade de juros terminais mais altos do que o atualmente esperado, afirmando que a elevação das projeções de inflação do BC e a sinalização de aperto mais tímido em março podem desancorar ainda mais as expectativas de inflação.
Para 2023, a projeção de inflação do BC está em 3,2%, mesmo patamar estimado pelo Copom de dezembro e abaixo da meta de 3,25% definida para o ano.
Para o BNP Paribas, os juros já estão perto dos níveis necessários para levar a uma convergência da inflação e suas expectativas de volta aos objetivos do Banco Central, mas há necessidade de manter a Selic elevada por mais tempo.
Assim como Credit Suisse e Citi, o BNP espera alta de 1 ponto percentual em março e de 0,50 ponto em maio na taxa básica de juros, para 12,25%, revisando levemente para cima expectativa anterior de patamar final de 12%. O banco francês não projeta cortes na Selic até 2023.
Ele afirmou que a desaceleração no ritmo de elevação da Selic telegrafada pelo Bacen é justificada por “um perfil de crescimento real do PIB abaixo da tendência, pano de fundo incerto da Covid, efeitos defasados do aperto monetário recente e uma taxa de câmbio mais bem ancorada”.
O Bank of America não vê o BC promovendo mais dois aumentos nos juros. David Beker, chefe de economia no Brasil do BofA, disse em relatório divulgado no fim da quarta-feira que o comunicado do BC “reforça nossa visão de que o ciclo de aperto monetário está se aproximando de seu fim”.
Segundo Beker, a taxa Selic deve ser elevada em mais 0,50 ponto percentual em março, encerrando a era de aperto monetário pelo Bacen com juro em 11,25% ao ano.