Conheça as ações mais negociadas por fundos de hedge no 1° trimestre

29 de maio de 2022
Witthaya Prasongsin/Getty Images

Os fundos de hedge se afastaram das empresas “Big Tech”, mas ações das empresas FAAMG ainda são as mais populares

Fundos de hedge com pelo menos US$ 100 milhões em ativos sob gestão são obrigados a relatar suas participações 45 dias após o final de cada trimestre. Muitos investidores planejam suas carteiras com base no que os fundos mais conhecidos estão comprando, mas essa pode não ser a melhor estratégia no momento.

Não é segredo que a maioria dos fundos de hedge está passando por dificuldades em 2022, mas ainda é uma boa ideia ver o que eles estão comprando e vendendo. A narrativa de rotação de valor vem acontecendo há vários trimestres, e as compras e vendas registradas durante o primeiro trimestre deste ano mostram uma continuação dessa tendência.

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No entanto, os dados também mostram que a maioria dos fundos de hedge não abandonou as grandes empresas de tecnologia, apesar das pancadas que grande parte delas tem sofrido. Por isso, qualquer comentário sobre rotação de crescimento deve conter a advertência de “exceto para estas empresas aqui”.

Tendências do primeiro trimestre

Na versão mais recente do relatório “Hedge Fund Trend Monitor”, os analistas do Goldman Sachs relataram que os fundos de hedge estão menos inclinados a investir nos setores de tecnologia da informação e consumo do que em qualquer outro momento da última década. Por outro lado, companhias industriais têm chamado mais atenção do que em qualquer outro momento nos últimos dez anos.

Em geral, os fundos de hedge se afastaram das empresas “Big Tech“, com a Apple liderando o declínio na exposição. No entanto, as ações mais populares em Wall Street continuam sendo nomes de big tech, com as empresas FAAMG (Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google) aparecendo entre as cinco ações mais populares entre os fundos de hedge.

É fácil ver por que esses fundos passam por um período difícil: as ações das FAAMG despencaram este ano, com quedas variando de 22% a 43% nos primeiros três meses de 2022. No entanto, é difícil encontrar ações que não tenham registrado quedas importantes no período, por isso tem sido extremamente difícil, mas não impossível, escolher bons papéis para investir.

Apenas uma das dez ações mais populares dos fundos de hedge acumula alta: a T-Mobile U.S. Todas, exceto algumas das 50 principais posições entre os fundos de hedge, caíram significativamente. Entre as 50 ações mais populares que se saíram muito bem este ano estão Activision Blizzard, Anaplan, Cheniere Energy, EQT Corporation, Occidental Petroleum, Valaris, AT&T e Chesapeake Energy.

De acordo com a Bloomberg, os investidores reduziram suas participações em empresas de tecnologia em 1,4% durante o primeiro trimestre, com a Microsoft liderando as vendas, apesar de sua posição como a ação número um entre os fundos de hedge. Os investidores reduziram suas posições em companhias de consumo e telecomunicações em 0,8% cada, mas aumentaram a exposição no setor de energia em 1,2%.

Apostando nas big techs

Muitos fundos de hedge compraram algumas ações de tecnologia que levaram uma surra. Por exemplo, o Sachem Head comprou papéis da Salesforce e da Opendoor Technologies. Appaloosa aumentou suas participações em Uber, Amazon e Microsoft. Ao mesmo tempo, o Coatue Management estabeleceu uma nova posição na AMD (Advanced Micro Devices) e aumentou suas ações da Square, Peloton, DoorDash DASH, Tesla e Uber. O Corvex Management aumentou suas ações na Amazon e na Uber, enquanto o Duquesne aumentou suas posições na Microsoft e na T-Mobile.

O Lone Pine Capital, de Stephen Mandel, estabeleceu uma nova posição na Meta Platforms e aumentou suas participações na Square e na Microsoft. O Maverick Capital, de Lee Ainslie, comprou ações da Square e aumentou sua participação na T-Mobile.

George Soros estabeleceu uma nova posição na Zynga e aumentou sua participação na Alphabet e na Salesforce. O Pershing Square, de Bill Ackman, comprou ações da Netflix durante o primeiro trimestre, embora o ativista tenha dito no mês passado que havia vendido a posição desde então.

O Elliott Investment Management, de Paul Singer, aumentou sua posição no Twitter, enquanto o Viking Global aumentou sua participação na Microsoft. John Paulson aumentou suas participações em Didi e Alibaba.

Vendendo ações das big techs

Por outro lado, o número de fundos que venderam ações de big techs é maior.  O Soroban Capital descarregou um grande número de papéis dessas empresas, saindo da Meta Platforms e da Netflix e cortando sua participação na Microsoft. Curiosamente, sua única nova posição era uma ação de uma empresa de consumo, a Yum! Brands. O Appaloosa também reduziu suas posições em alguns nomes de tecnologia, incluindo Meta Platforms e Alphabet.

O Baupost, de Seth Klarman, aumentou sua participação na Alphabet, mas reduziu sua posição na Meta Platforms, enquanto o Coatue cortou suas participações na Rivian, Amazon e PayPal. O Corvex saiu da Salesforce, T-Mobile e Zynga e reduziu suas participações na Alphabet e na Microsoft. O Duquesne saiu da Alphabet e do Airbnb durante o primeiro trimestre, e reduziu suas ações da Booking Holdings, Snap e Expedia.

Elliott saiu da Dell, enquanto o Greenlight Capital, de David Einhorn, saiu do Twitter e reduziu sua participação na GoPro. O Lone Pine saiu da Adobe Systems e da Snowflake e reduziu suas posições na Shopify, Snap e DoorDash. O Maverick Capital saiu da Activision Blizzard, que teve um dos melhores desempenhos no acumulado do ano, e reduziu suas ações na Coupang, Netflix, Meta Platforms e Adobe Systems.

Soros saiu da Apple, Alphabet e Activision Blizzard e reduziu sua posição na Microsoft, enquanto o Third Point, de Dan Loeb, saiu da Alphabet e da Upstart Holdings e cortou suas participações na Amazon, Microsoft e Rivian. O Tiger Global descartou Netflix, Adobe Systems, Coupang e PayPal e reduziu suas posições em Meta Platforms, DoorDash, Uber Technologies e Amazon.

O Viking Global saiu da Twilio e da Peloton e reduziu sua posição na Take-Two Interactive, JD.com e Meta Platforms.

Outras mudanças

Curiosamente, Carl Icahn reduziu sua exposição à Cheniere Energy em 40%, uma das 50 ações mais populares entre os fundos de hedge – o papel teve um desempenho acima da média no acumulado do ano. Ele também saiu da Occidental Petroleum, outra ação popular entre fundos de hedge que também registrou boa performance.

A única nova posição de Icahn é em uma empresa de consumo: a International Flavors and Fragrances. A empresa também é a maior posição do Sachem Head Capital, embora o fundo tenha reduzido ligeiramente a posição durante o primeiro trimestre.

George Soros saiu da General Motors, Uber Technologies e Lithia Motors, embora não tenha vendido nenhuma ação da Rivian Automotive, sua maior posição.

O Trian Fund Management saiu da Comcast e estabeleceu uma participação na Mondelez International. O Appaloosa, de David Tepper, comprou ações do Las Vegas Sands e Wynn Resorts. Tepper disse no início deste mês que encerrou sua posição vendida na Nasdaq. Seu fundo também saiu de 12 de suas posições durante o primeiro trimestre, incluindo T-Mobile U.S. e GM.

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