Os preços do petróleo encerraram a terça-feira com alta de US$ 1 por barril, no maior valor desde novembro, depois que a Arábia Saudita e a Rússia anunciaram uma nova extensão de seus cortes voluntários de oferta até o fim do ano, preocupando investidores com potencial escassez durante o pico de demanda no inverno.
Os futuros do petróleo Brent subiram US$ 1,04, ou 1,2%, a US$ 90,04 o barril, fechando acima da marca de US$ 90 pela primeira vez desde 16 de novembro de 2022.
Os futuros do petróleo nos EUA (WTI) subiram US$ 1,14, ou 1,3%, para fechar a US$ 86,69 por barril, também uma máxima em 10 meses.
Os investidores esperavam que a Arábia Saudita e a Rússia estendessem os cortes voluntários até outubro, mas a prorrogação de três meses foi inesperada.
“Certamente o mercado foi pego de surpresa pela agressividade da postura deles”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York.
Tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia afirmaram que vão revisar mensalmente os cortes de fornecimento e poderão modificá-los dependendo das condições de mercado.
“Com a extensão dos cortes de produção, antecipamos um déficit de mercado de mais de 1,5 milhão de barris por dia no quarto trimestre de 2023”, escreveu o analista da UBS, Giovanni Staunovo, em uma nota a clientes. A UBS agora espera que o petróleo Brent atinja US$ 95 por barril até o final do ano.
Refletindo preocupações sobre a oferta de curto prazo no mercado, os contratos do Brent e do WTI para o mês à frente também estavam sendo negociados com o maior prêmio em relação aos contratos para datas posteriores desde novembro. Essa estrutura, chamada de “backwardation”, indica um aperto no fornecimento para entregas imediatas.
Também dando suporte aos preços do petróleo na terça-feira (5), o Goldman Sachs afirmou que agora vê a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos começar nos próximos 12 meses em 15%, abaixo da previsão anterior de 20%.
Juntamente com os cortes de fornecimento da Arábia Saudita, que começaram em julho, as perspectivas de a economia dos EUA evitar uma recessão severa ajudaram a impulsionar a demanda e os preços do petróleo nos últimos meses.
Tanto os futuros do Brent quanto do WTI subiram mais de 20% desde o final de junho.