Com R$ 50 mil, ele criou marca de pasta de amendoim que fatura R$ 128 milhões

28 de março de 2024
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Os 12 sabores da marca são encontrados em mais de 10 mil pontos de venda

A pasta de amendoim, alimento que começou a ser consumido nos Estados Unidos em 1929 para saciar a fome durante a Grande Depressão, chegou ao Brasil há alguns anos com outro intuito: ajudar seus consumidores na busca por músculos. Esse também foi o motivo que levou Lucas Castro, então com 21 anos, ao mundo do empreendedorismo quase por um acaso. Ele só não imaginava que, 13 anos depois, estaria faturando R$ 128 milhões com uma empresa de pasta de amendoim, a Dr. Peanut.

Sempre apaixonado por esportes, em 2012 o empreendedor novato decidiu abrir uma loja de suplementos em Curitiba, sua cidade natal. Em pouco tempo já estava à frente de três unidades físicas da marca. “Eu conseguia ver de perto o avanço do mundo fitness e entender quais produtos eram mais consumidos pelo público. Foi assim que percebi o aumento da procura pela pasta de amendoim”, afirma Castro.

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Ele conta que, de um ano para outro, o número de marcas fabricando o alimento cresceu de forma exponencial. Porém, com o foco nas características saudáveis, boa parte delas pecava no sabor. “Em 2015 percebi uma oportunidade, que era aliar as qualidades do produto a um sabor agradável, que fosse além do meio fitness”, conta o executivo.

Ele passou dois anos estudando a pasta, entendendo os mercados dentro e fora do Brasil, até chegar em uma fórmula satisfatória. O projeto saiu do papel no início de 2017, com investimento de R$ 50 mil.

Inicialmente, o processo de produção era terceirizado. Porém, em seis meses o parceiro não tinha capacidade de atender à demanda devido à quantidade de pedidos que a companhia estava recebendo.

Apesar do pouco tempo de empresa, Castro já precisou ir atrás de investidores e sócios para viabilizar sua própria fábrica, que precisava ficar pronta em pouco tempo. “Além de dinheiro, eu percebia a necessidade de ter pessoas ao meu lado que me ajudassem na gestão. Eu sempre gostei do comercial, de desenvolver o produto, mas uma empresa não é feita só disso”, diz Castro.

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Com R$ 350 mil em investimentos novos, a planta saiu do papel. Com o novo espaço e maquinário, foi possível expandir o número de representantes comerciais pelo país. O novo aumento da demanda fez com que a produção voltasse a ser um problema.

“A produção sempre foi o nosso maior gargalo. Com o crescimento maior do que o esperado da marca, ficou cada vez mais difícil suportar na fábrica”, afirma Castro. “Era bom e ruim ao mesmo tempo”, brinca.

Além da produção, o executivo conta que foi preciso “educar” o mercado, pois o produto era consumido apenas por praticantes de esportes. “Começamos a frequentar feiras nacionais e internacionais, buscando criar esse hábito de consumo da pasta de amendoim da Dr. Peanut e essa estratégia nos trouxe grande vantagem nos próximos anos”, diz Castro.

A Dr. Peanut exporta atualmente para 10 países. “Todos eles nos procuraram, nunca fomos atrás desses consumidores”, afirma o CEO da companhia, Rodrigo Cardoso. “A oportunidade surgiu de alguém que veio ao Brasil e experimentou o produto, ou que recebeu de algum amigo e então decidiu começar a comercializar por lá.”

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Lucas Castro, fundador da Dr. Peanut e Rodrigo Cardoso, CEO da companhia

As pastas são vendidas na Austrália, Angola, África do Sul, Chile, Costa Rica, Moçambique, Portugal, Kuwait, Canadá e nos Estados Unidos. A expectativa é aumentar esse número nos próximos anos, com a criação também de um escritório próprio nos EUA. “No futuro, queremos ter uma planta nossa por lá”, afirma Cardoso.

A expectativa é que a exportação tenha muito mais efeito no faturamento da companhia neste ano, já que os investimentos nesses países foram feitos em 2023. Apesar disso, no ano passado, foram comercializadas 4 milhões de unidades da marca no mundo. Assim, em 2024, a Dr. Peanut prevê faturar ao menos R$ 170 milhões.

Para atingir esses números, a companhia também investiu em uma mudança de posicionamento, na qual passará todos os seus produtos para sem lactose, sem glúten e sem açúcar. “Ainda temos um mercado inteiro para conquistar e é isso que faremos nos próximos anos”, afirma Castro.