Os CIOs e outros líderes de tecnologia estão olhando para um futuro com muito mais trabalho remoto do que antes do início da pandemia de Covid-19. Um relatório recente da empresa de pesquisas Forrester estima que, embora menos de um décimo das empresas estejam planejando deixar os funcionários escolherem se querem trabalhar remotamente quando a pandemia acabar, 60% ficarão com um modelo híbrido. Essa mudança terá um impacto significativo no conjunto de tecnologia que os CIOs estão construindo para apoiar os trabalhadores.
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Uma das principais prioridades é reduzir o que Sathish Muthukrishnan, diretor de informações, dados e digital da Ally Financial –uma empresa de serviços financeiros com capitalização de mercado de quase US$ 12 bilhões–, descreve como “fadiga da ferramenta” de software. Ele está se referindo ao estresse e à frustração que os funcionários experimentam quando são forçados a utilizar muitos aplicativos de software diferentes para realizar suas tarefas e alternar frequentemente entre eles.
Este problema já era uma preocupação antes da Covid-19, mas a mudança para o trabalho remoto em massa –e a enxurrada de novos aplicativos de software para apoiar a transformação de cenário– o elevou muito mais em um momento de aumento dos níveis de estresse entre os funcionários por conta da pandemia.
Consequentemente, a situação resultou na crescente demanda por tecnologias diversas, desde ferramentas de colaboração a recursos de análise de dados e software de gerenciamento de projeto. “Em um mundo pré-pandêmico, esse nível de integração não era tão crítico, já que a capacidade de interagir é essencial para a produtividade de uma força de trabalho distribuída”, disse Nicola Morini Bianzino, diretor-global de tecnologia da gigante de serviços profissionais EY, em comentários enviados por e-mail para a Forbes.
A “fadiga de ferramenta” ou “tool fatigue”, em inglês, tem grandes implicações para a segurança e também para a produtividade: quanto mais complexa a rede de aplicativos independentes que as equipes de TI precisam reunir, maiores os riscos de falhas na segurança. Os CIOs também se preocupam com o fato de que as pessoas que trabalham remotamente tendem a não estar tão mentalmente sintonizadas com as questões de segurança como nos escritórios. Plataformas de software mais integradas deveriam, em princípio, ser mais fáceis de proteger.
Para Muthukrishnan, a segurança é o primeiro ponto em que ele pensa enquanto constrói o conjunto de tecnologias de sua empresa, que também inclui ferramentas de colaboração e software, como quadros brancos virtuais que podem ser usados por funcionários dentro e fora do escritório para projetos de inovação. Muthukrishnan está constantemente em busca de maneiras de reduzir o atrito entre as diferentes aplicações. “O segredo é saber o quão bem eles se integram entre si.”
Um front-end para o futuro do trabalho
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A integração do Slack adicionará recursos de comunicação e colaboração à sua plataforma, o que deve torná-la ainda mais atraente para os CIOs preocupados com a fadiga de ferramentas de software e outros problemas. Em uma postagem de blog comentando sobre o acordo, Aaron Levie, CEO da empresa de nuvem corporativa Box, disse que a combinação com a Slack dará à Salesforce “um novo front-end para o futuro do trabalho” que conecta o front office, o back office e os clientes em uma única plataforma.
A descrição de Levie ressoa entre os líderes de tecnologia corporativa, mas o negócio também aumenta a pressão sobre empresas menores de software independentes, como Box, Dropbox e Asana para expandir por meio de aquisições e atender às crescentes expectativas dos CIOs por plataformas de software seguras e sem fadiga que possam efetivamente apoiar estratégias híbridas de trabalho remoto de escritório. Aqueles que não avançarem podem ser ofuscados por empresas como Salesforce e Microsoft –ou talvez sejam comprados por elas.
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