A Giuliana Flores foi uma das representantes do setor que enxergaram a nova realidade do mercado como uma oportunidade para modernizar seu modelo de negócios e expandir o alcance. Em 2020, a companhia registrou mais de 800 mil pedidos, número quase três vezes maior do que em 2019, quando contabilizou 320 mil. Para Clóvis Souza, CEO e fundador, a estratégia foi a chance de alcançar o público no ambiente mais bem frequentado do momento: a internet.
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Essa mesma onda beneficiou também o e-commerce Flores Online, que registrou, em 2020, crescimento de 115% em seu faturamento em relação a 2019, com 156.942 produtos vendidos e um lucro de R$ 62 milhões, quase o dobro dos R$ 32 milhões do ano anterior. Para o CEO Lucas Buffo, a migração do modelo de compra físico para online não apenas impulsionou as vendas, como também forçou uma inevitável transformação no negócio. “Nosso êxito em 2020 mostrou que o online veio para ficar e está consolidado entre os consumidores. Por isso, tivemos que acelerar a expansão das operações para o online no ano passado, o que nas condições normais levaria cinco anos”, explica.
CRIATIVIDADE X RECORRÊNCIA
O momento de crise significou também, para muitos empreendedores, a chance de abusar da criatividade para inovar em seus negócios. No caso das floriculturas online, as ofertas estão indo muito além das flores. Com apoio de diversos parceiros, essas empresas estão desenvolvendo marketplaces para diversificar seus portfólios, a fim de se consolidarem não apenas no setor em que já atuavam, mas também na venda de presentes. “Para encontrar novas possibilidades, mas sem fugir deste universo, nosso marketplace está oferecendo outros produtos de diferentes sellers que estão relacionados à beleza e simplicidade das flores”, explica Lucas Buffo. “Oferecemos opções de flores e buquês com chocolates, perfumes e objetos de decoração, entre outras. É uma forma de trazer um diferencial aos nossos serviços”, completa.
Segundo o CEO da Flores Online, a oferta de presentes de variados parceiros no marketplace é uma forma de ampliar o público-alvo e fortalecer a sinergia com outras marcas. “Percebemos que ampliar a gama de produtos fez com que os clientes não se sintam limitados às flores e aos itens tradicionalmente correlatos como chocolates. Em cada momento especial, eles podem escolher produtos diferentes e que julgam mais adequados. E a vantagem de trabalhar com marcas parceiras é que, além de qualidade, elas contam com valores semelhantes aos nossos e transferem parte do seu público à plataforma. Dessa maneira, aumentamos a recorrência de compras e a fidelização dos clientes.”
Para expandir seu alcance, a Giuliana Flores está presente também na plataforma de entrega de comida iFood, que, de acordo com Souza, é uma tática para conquistar público em um ambiente onde a oferta de flores e presentes pode surpreender as pessoas. “Além de artigos de todos os tipos, elas podem complementar o presente indo além das flores, com alimentos que surpreendam o destinatário. E, com um app de entrega rápida por todo o Brasil, o nível de satisfação dos compradores é ainda maior, assim como o alcance das operações”, explica.
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Com o seu próprio e-commerce de flores e presentes variados, a Pollen Flores também detectou a oportunidade de impulsionar sua relação com parceiros para diversificar os produtos e criar um ecossistema para dinamizar o setor. Nesse sentido, a empresa está buscando se associar não apenas com mais marcas de presentes, como também com fornecedores de flores, a fim de incluí-los no mundo online.
“Em 2020 tivemos ótimos resultados de vendas no marketplace, especialmente em função da variedade de produtos e de um processo de compra seguro e transparente. Então, decidimos usar a tecnologia como um meio de beneficiar as lojas e produtores de flores envolvidos no nosso negócio”, afirma o CEO e fundador Ricardo Papa. “Aqueles que tinham uma resistência ao digital perceberam junto conosco o quanto ele pode impulsionar vendas e, assim, muitos começaram a adaptar seus modelos de negócios para entrar na nossa plataforma como parceiros permanentes.”
A motivação para esse investimento é fortalecer um setor marcado por fragilidades. Segundo o CEO da Pollen, 40% deste mercado funciona de maneira informal, especialmente entre os produtores e pequenos lojistas. Portanto, à medida que a plataforma envolve parceiros com produtos, estilos e portfólios próprios, maior apoio logístico, sanitário e financeiro ela oferece.
A fim de fomentar uma parceria formal e benéfica com os comerciantes, a Pollen está desenvolvendo seu próprio banco digital, para que os empreendedores cadastrados possam administrar seus rendimentos e trabalhar em melhores condições. “Além de receber pagamentos, com um conta particular, os lojistas podem pagar faturas com mais facilidade, solicitar crédito e transferir dinheiro aos funcionários, sem se prejudicar com taxas e outras implicações”, conta. “Nós identificamos que essa era uma necessidade urgente para muitos parceiros e fornecedores. E estamos em relacionamento constante com eles para entender outras demandas e atendê-las de maneira inovadora.”
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