A empresa desfrutou de uma década de crescimento, com suas ações saltando 1000% e elevando seu valor de mercado acima dos € 200 bilhões (R$ 1 trilhão), uma vez que sobrepujou a maior parte dos rivais mundiais para estes sistemas de litografia.
A companhia agora está se preparando para lançar uma nova máquina, orçada em US$ 400 milhões (R$ 1,9 bilhão), e que será capaz de produzir chips de próxima geração. A expectativa é que o novo equipamento seja seu carro-chefe no final desta década, mas por enquanto continua sendo um desafio de engenharia.
No entanto, como os investidores esperam mais domínio e crescimento para justificar a avaliação de mercado da ASML em 35 vezes o lucro de 2021, há pouca margem de erro caso a empresa encontre problemas técnicos.
O êxito do projeto também é importante para os negócios da ASML e para fabricantes de chips que correm para expandir produção em meio à escassez global de semicondutores. Os clientes incluem a norte-americana Intel, a sul-coreana Samsung e a taiuanesa TSMC, que fabrica chips para empresas como Apple, AMD e Nvidia.
O especialista do setor, Dan Hutcheson, da VLSI Research, que não está envolvido com o projeto ASML, disse que a nova tecnologia – conhecida como versão de “alta abertura numérica (High-NA)” do ultravioleta extremo – pode fornecer uma vantagem significativa para alguns fabricantes de chips.
A escassez de máquinas da ASML, que custam até US$ 160 milhões (R$ 780 milhões) cada, é um gargalo para os fabricantes de chips, que planejam investir mais de US$ 100 bilhões (R$ 487 bilhões) nos próximos anos para construir novas fábricas que deem conta da demanda.
As máquinas High-NA serão cerca de 30% maiores que as antecessoras, que exigem três Boeing 747 para transportá-las em seções.
A ASML disse ter cinco pedidos de máquinas piloto, que devem ser entregues em 2024, e “mais de cinco” pedidos de cinco clientes diferentes para modelos de produção mais rápidos para entrega a partir de 2025.
Christophe Fouquet, chefe de programas de ultravioleta extremo na ASML se preocupa mais com questões da cadeia de suprimentos.
“Neste momento, e como em todos os outros produtos, vemos algum estresse na cadeia de suprimentos, e isso é, se você me perguntar hoje, provavelmente o maior desafio que temos com a High-NA.”]