Logo no início de sua apresentação, a futurista Amy Webb, CEO do Future Today Institute e uma das atrações mais esperadas anualmente no SXSW, esclareceu o que, de fato, ela faz. Ou melhor, o que faz um futurista. De acordo com Amy, diante da impossibilidade de prever o futuro, seu trabalho é usar dados e evidências para descobrir onde estão os sinais e tendências que demandam modelagem.
“Depois, uso o reconhecimento de padrões para tentar descobrir não apenas o que está influenciando o futuro, mas como tudo isso acontece. Então criamos modelos para explorar a incerteza em geral. E, finalmente, tentamos descobrir, usando todas essas informações, onde uma organização atua. Em outras palavras, procuramos sinais e tendências usando uma espécie de processo”, explicou.
E no report de tendências que ela lançou durante sua fala quem esteve no centro das atenções foi a inteligência artificial. Um outro aspecto interessante da apresentação da futurista foi a ressalva pelo “foco”. De acordo com ela, as tecnologias não devem ser proibidas ou banidas, mas sim estudadas e é responsabilidade dos governos educarem e ensinarem seus cidadãos para que as utilizem da melhor forma possível.
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Dentre várias tendências que apresentou, Amy Webb destacou um conceito em especial: o acelerador de IA. “São sistemas de computador especializados projetados para acelerar a IA e o aprendizado de máquina, porque podem acelerar processos, fazer toneladas de cálculos muito pesados. E o interessante é que você pode combinar chips diferentes, às vezes às centenas ou até mais, nesses sistemas muito maiores para permitir o processamento e grandes redes neurais.”
“Com aceleradores e chips e todos esses novos tipos de sistemas de computação que estão sendo construídos. haverá um efeito composto até 2030. Podemos ter sistemas de IA mil vezes mais poderosos do que são hoje. Não é exagero. Portanto, há um gargalo agora. E esse gargalo está nos impedindo de construir os sistemas de IA mais poderosos já criados. E esse gargalo são os dados. Os dados disponíveis são a restrição, os componentes vão se expandir, os custos vão cair. Esta é a questão. Então é por isso que há uma demanda explosiva agora por dados”, destacou.
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E por essa estrutura somada a uma série de outras tecnologias que a internet como a conhecemos hoje já não mais existirá. “Se antes nós íamos até a internet, hoje a internet vem até você, todos os sistemas estão nos pesquisando, isso nos traz uma perspectiva totalmente diferente do que chamamos hoje de rede e do que chamaremos nos próximos anos.”